Na última sexta-feira (20), agentes cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão para aprofundar a investigação envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento ilegal. Polícia Militar em SPDivulgação/blog PMSPA Polícia Federal investiga se a Polícia Militar de São Paulo também usou de forma ilegal um sistema que permite rastrear a localização de celulares de cidadãos. Na última sexta-feira (20), agentes cumpriram dois mandados de prisão e vinte e cinco mandados de busca e apreensão para aprofundar a investigação envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento ilegal. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no TelegramOs investigadores suspeitam que outros órgãos públicos tenham usado o instrumento sem autorização judicial. Pela lei, a polícia militar deve promover a ordem pública e realizar policiamento ostensivo. Não é papel da PM conduzir investigações. Fontes ligadas ao inquérito também informam que o Exército Brasileiro comprou a ferramenta durante a intervenção militar no Rio e que também pode ter usado o sistema sem autorização judicial. Análise de dadosA Polícia Federal acessou a nuvem da empresa responsável pelo sistema First Mile. Os agentes fizeram o download dos dados da empresa que estavam armazenados em nuvem em Israel e agora analisa todo material apreendido na companhia.A investigação também quer avançar na identificação de quem foi monitorado ilegalmente pelos órgãos públicos. Há suspeita de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares tenham sofrido arapongagem ilegal. Até a operação da última sexta-feira, os investigadores conseguiram identificar 1800 perfis, mas o número pode chegar a 33 mil. Um homônimo do ministro Alexandre de Moraes, do STF, já foi localizado entre os identificados. O sistema permite o rastreamento de até dez mil celulares em doze meses.O blog entrou em contato com a Polícia Militar de São Paulo e com Exército, mas não teve resposta até a última atualização da reportagem.