Parlamentares disseram que governo ainda não os procurou para dialogar. Parlamentares discutiram nesta quarta-feira (28) o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à proposta que prorrogava, até 31 de dezembro de 2027, a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A desoneração consiste na permissão para que empresas desses setores substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado (veja mais abaixo).Em conversa com jornalistas, os parlamentares criticaram o fato de o governo informar que enviaria uma outra proposta sobre o tema, mas não dar detalhes da medida antes de o Congresso analisar o veto. "Qual é o nosso problema agora? O governo avisa que vai ter uma nova proposta, só que o governo sinaliza que ele quer a votação, a manutenção do veto, para depois ele mostrar a proposta. Nós não podemos aceitar isso, nós temos que inverter isso", afirmou o deputado Joaquim Passarinho, presidente da Frente Parlamentar de Empreendedorismo (FPE). Passarinho disse ainda que o governo não procurou os parlamentares e que a nova proposta teria pouco tempo para tramitar no Congresso. "A dificuldade de o governo mandar uma proposta nova é a data do 31, lembra que isso vai chegar agora em dezembro, se chegar, nós temos a LDO, orçamento, nós temos a reforma tributária, tudo para votar. Então dificilmente uma proposta nova caminharia com tempo suficiente para começar a valer a partir de 1º de janeiro", afirmou o deputado. O autor da proposta, senador Efraim Filho (União Brasil-PB), disse ainda que existe espaço para negociação com o governo, mas que, primeiro, o veto deveria ser derrubado."Existe espaço de diálogo, existe espaço de negociação, mas com uma premissa: a derrubada do veto. A prorrogação que já existe hoje tem de vir primeiro, nós já não temos tempo hábil para começar a tramitar uma proposta nova, então se derruba o veto, se prorroga o que já existe hoje, que é o mais justo, e o que diminui a angústia das famílias, e a partir daí a gente tem sim todo interesse de sentar para buscar um aperfeiçoamento dessa legislação", disse Efraim.O senador afirmou ainda que o dia ideal para análise do veto seria 15 de dezembro, e que o maior desafio dos parlamentares no momento é pautar a matéria, pois o Congresso Nacional tem outros vetos para analisar primeiro. "O nosso maior desafio é pautar a matéria. Sendo pautada até o final do ano, nós temos os votos para ser derrubada", afirmou.