Oito militares do Exército foram condenados, em 2021, pelos homicídios de Edvaldo Rosa e Luciano Macedo. Mais de 200 tiros foram disparados contra carro dirigido por Rosa em 2019. Sede do Superior Tribunal Militar (STM) em BrasíliaReprodução/Google Street ViewO Superior Tribunal Militar (STM) vai julgar em 29 de fevereiro um recurso contra a condenação de oito militares pelas mortes de duas pessoas em uma operação do Exército em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2019.A Justiça Militar condenou, em 2021, o grupo pelo duplo homicídio do músico Evaldo Rosa e o catador de latinhas Luciano Macedo. Também foram condenados pela tentativa de homicídio do sogro de Edvaldo, Sérgio, que foi atingido entre os 257 disparos contra o carro guiado por Rosa.O caso chegou ao STM após um pedido da defesa dos militares, que afirma que eles agiram em legítima defesa.Oito militares são condenados por morte de músico e catador em Guadalupe, no RioEles foram condenados por 3 votos a 2, no conselho da Justiça Militar (relembre no vídeo acima). As penas decididas foram as seguintes:tenente Ítalo da Silva Nunes, que chefiava a ação, foi condenado a 31 anos e 6 meses;e os outros sete militares receberam pena de 28 anosDurante o julgamento, a Justiça Militar absolveu outros quatro militares que estavam na ação. Os 12 denunciados pelo Ministério Público Militar foram absolvidos do crime de omissão de socorro.O STM é a última instância para recursos dentro da Justiça Militar. No total, 14 ministros — civis e militares — compõem o Tribunal. Após o julgamento, a defesa ainda poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os militares aguardam a análise do recurso em liberdade.Dez militares estão presos por fuzilarem carro com família em Guadalupe, RJO casoEvaldo teve o carro fuzilado no dia 7 de abril daquele ano e morreu no local. No total, 257 tiros foram disparados – 62 atingiram o veículo. Cinco pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê. A esposa e o filho de 7 anos de Evaldo e uma mulher não se feriram. O sogro do músico foi hospitalizado após ser baleado.O catador de latinhas Luciano Macedo, que passava no local, ficou ferido ao tentar ajudar. Ele morreu 11 dias depois, no hospital.O MPM denunciou 12 militares pelo caso. A Promotoria, no entanto, defendeu absolvição de quatro militares que não dispararam.No julgamento que condenou os oito militares, em 2021, o Ministério Público criticou a versão dos agentes de que eles agiram em autodefesa.