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PF aponta obstrução de Justiça em dia de buscas na Abin

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Por G1 em 27/01/2024 às 15:47:28
Direção da Abin teria questionado agentes da PF sobre extensão de determinação judicial e criado dificuldades para que policiais tivessem acesso aos documentos. Objetivo era acessar dados supostamente produzidos por espionagem ilegal. Em dia de mandados na Abin, direção teria impedido policiais que tiveram que acionar STF

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Federal aponta uma tentativa de obstrução de justiça da Abin no dia do cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da agência na última quinta-feira (25). Segundo agentes, eles foram questionados sobre a extensão dos mandados, foram impedidos de acessar todos os documentos e tiveram que acionar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, para um novo despacho. O blog procurou a Abin e aguarda retorno.

O objetivo da medida judicial era acessar documentos supostamente produzidos pela chamada "Abin paralela", que fazia espionagem ilegal. No entanto, segundo o blog apurou, os agentes foram questionados sobre a extensão da determinação judicial e a atual direção da agência criou dificuldades para que tivessem o acesso.

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Diante do impedimento e para não recorrer ao uso da força, a PF acionou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, para um novo despacho. Só assim, segundo investigadores ouvidos pelo blog, a PF conseguiu acessar os dados e informações que eram importantes para a investigação.

A PF está trabalhando em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), comandada pelo ministro Vinicius Carvalho.

O STF autorizou a CGU a ter acesso ao material da investigação e, a partir do trabalho feito pelo órgão, a PF tem conseguido também aprofundar as apurações sobre a Abin paralela.

Governo Lula avalia demissão de número 2 da Abin, Alessandro Moretti

Luiz Silveira/ Agência CNJ

Situação insustentável

Como o blog revelou ontem, o governo Lula avalia a demissão da cúpula da Abin. O número 2 do órgão, Alessandro Moretti, é tido como carta fora do baralho mas ala do governo -- capitaneada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa -- ainda tenta manter no posto Luiz Fernando Correa, chefe da Abin.

Ministros do STF fizeram chegar ao governo que também consideram a situação de Correa insustentável- assim como investigadores da PF. No entanto, Lula ainda não bateu o martelo sobre a situação do número 1 do órgão, segundo assessores próximos.

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A investigação

De acordo com as investigações, a Abin mantinha uma ala paralela, que fazia espionagem ilegal usando o software israelense FirstMile.

A ferramenta era capaz de monitorar aparelhos de celular usando dados de GPS, o que permitia não só acompanhar a movimentação das pessoas monitoradas, mas também descobrir quem se encontrava com quem.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a espionagem atingiu 30 mil brasileiros. Entre eles, ministros e políticos de oposição ao governo.

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