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Bala Desejo dá baile ao encerrar no Rio, em clima de folia, o show 'Sim Sim Sim'

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Por G1 em 15/03/2024 às 13:15:37
Banda carioca finaliza a turnê do primeiro álbum, após dois anos de casas cheias, mas segue em cena. Lucas Nunes (à esquerda), Dora Morelenbaum, Julia Mestre e Zé Ibarra no palco do Teatro Riachuelo no último show da turnê 'Sim Sim Sim'

Laura Fragoso e Fabrício Meliande / Divulgação

Resenha de show

Título: Sim Sim Sim

Artista: Bala Desejo

Local: Teatro Riachuelo (Rio de Janeiro, RJ)

Data: 13 de março de 2024

Cotação: ? ? ? ?

? Quando os integrantes da banda Bala Desejo desceram do palco do Teatro Riachuelo no bis do show Sim Sim Sim e deram a volta pela plateia – seguidos pelos músicos da superbanda da turnê – até retornarem ao palco para os aplausos finais, sempre ao som da marcha-frevo Baile de máscaras (Recarnaval) (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, 2022), o clima mágico de folia dissipou qualquer dúvida dos méritos do quarteto carioca. Como se ainda pairasse dúvidas sobre o poder de sedução de Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra.

Anunciada formalmente em novembro de 2021, a banda Bala Desejo – surgida a partir do agrupamento dos artistas em junho de 2020 na casa de Julia, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) – se tornou caso de sucesso gerado por conjunção precisa de marketing e talento.

Feita na noite de quarta-feira, 13 de março, a apresentação no Teatro Riachuelo – situado no centro do Rio de Janeiro (RJ), cidade natal do grupo – foi a última da turnê do show Sim Sim Sim, encerrando ciclo vitorioso que fez a banda lotar shows pelo Brasil ao longo dos últimos dois anos. O que justificou as falas emocionadas, em clima de despedida, dos quatro artistas.

Sim, a turnê chegou ao fim, mas a banda segue em cena – tanto que já tem agendada para 26 de abril uma apresentação do Bala Baile Show no Morro da Urca, dentro da programação do Tim Music Noites Cariocas.

Com direito à música inédita que evocou a aura tropicalista do grupo Os Mutantes, o quarteto seguiu na despedida o roteiro calcado no repertório autoral do primeiro álbum da banda, Sim Sim Sim (2022).

Por mais que oscilasse, esse repertório foi valorizado em cena por formatação estupenda que conciliou tradições da música brasileira, que foram de som de Jorge Ben Jor e do pop folião de Rita Lee (1947 – 2023) ao balanço Black Rio dos sopros que embalaram Chega mais (Imaginei você dançando) (Luís Carlos Batera e Valdeci Nei, 1978) na abertura do show em número linkado com Lua comanche (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, 2022).

Zé Ibarra canta, toca teclados e sola a música 'Cronofagia (O peixe)' no show 'Sim Sim Sim', da banda Bala Desejo

Laura Fragoso e Fabrício Meliande / Divulgação

Visualmente, no palco, foi difícil dissociar o quarteto do grupo Doces Bárbaros. É como se Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra personificassem em cena versões atualizadas de Maria Bethânia, Gal Costa (1945 – 2022) e Caetano Veloso, respectivamente, ainda que tal associação seja imediata somente para quem tem como referência a MPB hegemônica da década de 1970.

Sob o prima puramente auditivo, a harmonia dos vocais, em canções como Dourado dourado (Dora Morelenbaum e Zé Ibarra), saltou aos ouvidos momentos antes de o show ficar mais caliente com a latinidade de Caballero de la tierra (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra), por exemplo.

Fora do trilho urbano do álbum Sim Sim Sim, a banda apresentou a canção Essa confusão (2021), parceria de Dora Morelenbaum e Zé Ibarra ainda sem registro fonográfico oficial.

Ao longo do show, os quatro artistas se irmanaram em cena sem anular os brilhos individuais de cada integrante. Cantor de forte conexão com plateias de todas as idades (como ficou comprovado nos números que protagonizou nas duas últimas turnês de Milton Nascimento), Zé Ibarra elevou o show da Bala Desejo de patamar quando solou Cronofagia (O peixe) (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, 2022).

Lucas Nunes manteve a apresentação nesse patamar quando deu voz à balada Como eu queria voltar (2018) – parceria de Lucas com Zé Ibarra e Tom Veloso apresentada pela banda Dônica – com o toque dos teclados de Ibarra. Já Julia Mestre fez o habitual voo solo com Passarinha (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, 2022).

Com Love love (João Gil, José Gil e Julia Mestre, 2018) – reggae que é sucesso do trio Gilsons – e Meu paraíso (Julia Mestre Lux Ferreira e Tomás Tróia, 2023), música do segundo álbum solo de Julia Mestre, Arrepiada (2023), amplificada na trilha da novela Elas por elas (Globo, 2023 / 2024), a Bala Desejo encaminhou para o fim um show coeso, feito com banda de sonhos formada por músicos do naipe de Alberto Continentino (baixo), Diogo Gomes (trompete), Jorge Continentino (sax tenor), Marlon Sette (trombone) e Pacato (percussão).

No final folião, Lambe lambe (Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes, Zé Ibarra e João Gil, 2022) esquentou a chapa, atiçou o público e reiterou que, sim, a Bala Desejo veio pra ficar, como atestado nessa apresentação em que os quatro artistas voltaram à cidade amada cheios de felicidade para encerrar ciclo vitorioso com alto astral. Sem saudosismo. Até porque "tudo ainda é tal e qual e, no entanto, nada é igual".

Os quatro integrantes da banda Bala Desejo se irmanam em cena, mas sem anular os brilhos individuais de cada artista

Laura Fragoso e Fabrício Meliande / Divulgação

Fonte: G1

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