O paciente de 48 anos, com picada no dedo, foi atendido, mas fugiu do local quando estava em observação. O caso aconteceu às 15h30 da segunda-feira, 1. O ataque, gravado por uma câmera de segurança, foi denunciado à Polícia Civil. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.
A enfermeira chefe da unidade, Eva Aparecida de Oliveira Gomes, disse ao Estadão que o homem chegou na recepção alegando que tinha sido picado por um escorpião. "Havia mais pessoas no local, mas de imediato foi providenciado o atendimento dele, com o preenchimento da ficha. Em caso de ataque por animal peçonhento, o atendimento tem prioridade, mas ele não esperou. Jogou aquele monte de escorpiões nas atendentes. Foi um susto muito grande."
Segundo ela, as servidoras usaram o que tinham à mão para neutralizar os aracnídeos, adultos e filhotes, e evitar que outras pessoas fossem picadas.
"Mesmo depois que ele jogou os escorpiões, nós prosseguimos com o atendimento. Fizemos o bloqueio com soro antiescorpiônico e a doutora (médica plantonista) pediu que ele ficasse em observação durante seis horas. Ele esperou duas horas ali, medicado, e depois se evadiu do local", disse.
Depois de acionar a Vigilância Sanitária, a enfermeira levou o caso à polícia. Segundo ela, o ataque foi parcialmente frustrado porque, desde a pandemia de covid-19, as atendentes da recepção do Centro de Saúde ficam protegidas por um vidro.
"Ele jogou os escorpiões pelo bocal que tem no vidro, o que evitou que as funcionárias fossem atingidas diretamente, até no rosto, como parecia ser a intenção dele", disse.
Segundo ela, desde a chegada do agressor até o momento em que ele jogou os escorpiões decorreram 56 segundos, indicando que não houve demora no atendimento. "Quando a recepcionista perguntou o que ele tinha, ele disse: "Tenho isso"; e jogou os escorpiões que estavam em uma caixinha. A cidade é pequena e todos se conhecem. Não dá para entender por que ele fez isso", disse.
A identidade do agressor, morador da zona rural, não foi divulgada pela prefeitura ou pela polícia. A Polícia Civil de São Paulo tomou o depoimento das três vítimas nesta quarta-feira, 3, e já intimou o suspeito para comparecer à delegacia.
O caso é investigado como crime de perigo, por colocar em risco a vida ou a saúde das atendentes, conforme o artigo 132 do Código Penal. Até a manhã desta quarta, o suspeito não havia constituído advogado, o que impediu a reportagem de ouvir sua defesa. O espaço continua aberto.
A prefeitura de Santo Antônio do Aracanguá informou que tem realizado campanhas de esclarecimento e ações de controle para evitar a proliferação de escorpiões, como a dedetização de esgotos e galerias pluviais, onde vivem baratas, principal alimento dos aracnídeos.
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