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Política

Caso das joias: o que dizem as defesas dos indiciados

Advogado de Bolsonaro disse que ainda não teve acesso ao relatório; ex-presidente não se manifestou.


Foto: G1 - Globo.com
Advogado de Bolsonaro disse que ainda não teve acesso ao relatório; ex-presidente não se manifestou. PF cita crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. PF indicia Bolsonaro e mais onze no inquérito do desvio e venda de joias presenteadas ao governo brasileiro

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o advogado Frederick Wassef, ex-ministros, secretários e assessores nesta quinta-feira (4) no inquérito das joias.

A investigação apura se Bolsonaro e outros assessores que ocupavam cargos no governo se apropriaram indevidamente de joias milionárias dadas de presente quando ele era presidente do Brasil.

Os indiciados são acusados de crimes diferentes. Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Ele sempre negou irregularidades.

Até as 8h desta sexta-feira (5), Bolsonaro ainda não havia comentado o indiciamento em redes sociais ou em entrevistas.

Veja, abaixo, quais foram os indiciados pela PF – e o que eles dizem sobre o caso:

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

O advogado do ex-presidente Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou que não teve acesso ainda ao relatório da PF, e aguarda o documento antes de se manifestar.

Bolsonaro, no entanto, já se pronunciou em outras ocasiões e nega qualquer irregularidade.

Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro

"Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho a público reafirmar que não foi Jair Bolsonaro e nem o Coronel Cid quem me pediram para comprar o Rolex. Eu estava em viagem nos Estados Unidos por quase um mês e apenas pratiquei um único ato, que foi a compra do Rolex com meus próprios recursos, para devolver ao governo federal. Entreguei espontaneamente à Polícia Federal todos os documentos que provam isto. Nem eu e nem os demais advogados do ex-presidente tivemos acesso ao relatório final, o que choca a todos, o vazamento à imprensa de peças processuais que estão em segredo de justiça. Estou passando por tudo isto apenas por exercer advocacia em defesa de Jair Bolsonaro."

Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

"Não pautamos nossa conduta pelas fases da investigação! O Cid está cumprindo o acordo que fez com autoridades normalmente! O indiciamento é só mais uma fase das investigações! Nada a declarar", afirmou a defesa do militar.

Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro

"O meu indiciamento pela Polícia Federal se baseia na seguinte afronta legal: advogado, fui indiciado porque no exercício de minhas prerrogativas, defendi um cliente, sendo que em toda a investigação não há qualquer prova contra mim. Sendo específico: fui indiciado pela razão bizarra de ter cumprido a Lei!

Explico. Minha orientação advocatícia foi a de que os presentes recebidos pelo ex-presidente da República fossem imediatamente retornadas à posse do Tribunal de Contas da União, em defesa de qualquer dúvida sobre questionamentos em relação ao interesse público. E conselho jurídico não é crime. Minha sugestão foi acolhida e os presentes entregues imediatamente e integralmente recolhidos ao TCU.

Como está cabalmente comprovado, inclusive pela própria PF, só tomei conhecimento do fato após ser noticiado pela imprensa e agi com integridade profissional.

Fui indiciado, como está provado, por cumprir a Lei!

Continuarei com meu trabalho advocatício e recorrerei à OAB para garantir meu direito constitucional de trabalhar sem intimidações e sem sofrer lawfare de natureza política.

Também recorrerei a todas as instâncias da Justiça para conter o abuso de poder e essa atitude arbitrária de um integrante da PF, que não pode ser confundido com a corporação como um todo.

Portanto, a iniciativa da Polícia Federal de pedir meu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é arbitrária, injusta e persecutória. É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar.

Vazamentos anteriores da própria PF demonstraram cabalmente que eu jamais participei de qualquer negociação em torno da compra e venda dos presentes, que aliás só soube deles pela imprensa. Repito que apenas dei uma orientação jurídica para a devolução deles ao TCU, o que foi feito.

Como assessor de imprensa e advogado do ex-presidente da República busquei informações com alguns auxiliares e ex-auxiliares dele sem jamais – repito, sem jamais – participar de qualquer tipo de negociação.

Tentar me incriminar é absurdo e revela a fragilidade das acusações sistematicamente feitas pela Polícia Federal nos últimos 18 meses.

A PF sabe que não fiz nada a respeito do que ela apura, mas mesmo assim quer me punir porque faço a defesa permanente e intransigente do ex-presidente Bolsonaro.

Se a intenção é a de me intimidar, não conseguirão.

Ver o triunfo do Estado Policial por aqueles que se disseram vítimas dele, usado contra adversários políticos, certamente é um capítulo tenebroso de nossa Democracia e será devidamente corrigido, ao tempo e a hora, por nossas instituições."

Outros indiciados

O g1 tenta contato com a defesa dos outros indiciados. São eles:

Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia;

Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;

José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;

Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;

Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do setor de presentes durante o governo Bolsonaro;

Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;

Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid;

Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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