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'Acusações são extremamente graves', afirma associação de auditores da Receita Federal sobre falas de ex-advogada de Flávio Bolsonaro

Juliana Bierrenbach, que defendia o senador filho do ex-presidente Bolsonaro, afirmou que agentes da Receita fizeram investigações ilegais.

Por G1 em 18/07/2024 às 18:20:08
Foto: CNN Brasil

Foto: CNN Brasil

Juliana Bierrenbach, que defendia o senador filho do ex-presidente Bolsonaro, afirmou que agentes da Receita fizeram investigações ilegais. Unafisco busca responsabilizar "civil e criminalmente" a ex-advogada. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) irá responsabilizar "civil e criminalmente" a ex-advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Juliana Bierrenbach, por ter afirmado que agentes da Receita fizeram investigações ilegais contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de operações sobre suposta prática de rachadinha quando era deputado no Rio de Janeiro.

A afirmação está em gravação de uma reunião, que teve sigilo foi levantado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (15), em que Juliana e Luciana Pires, advogadas do senador, discutiram atuar numa ação para descredibilizar investigação da Receita que tinha o parlamentar como alvo.

"A Unafisco vai interpelar Juliana Bierrenbach por suas recentes declarações de que uma organização criminosa atua dentro da Receita Federal, supostamente agindo contra desafetos políticos. As acusações são extremamente graves e potencialmente danosas à reputação dos auditores fiscais e da instituição", diz a associação em comunicado enviado ao blog.

O presidente da Unafisco, Mauro Silva, disse que Juliana Bierrenbach terá "a oportunidade de se retratar ou poderá ser responsabilizada civil e criminalmente". "Diante da gravidade das acusações, a Unafisco Nacional assegura que não hesitará em tomar todas as medidas legais, civil e criminalmente, para proteger a reputação dos auditores fiscais."

Juliana Bierrenbach deixou o caso em abril de 2022.

A reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020 com a presença de Juliana, na época integrante da defesa do senador, do ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, do general Augusto Heleno, à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do então presidente Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não estava presente.

No áudio, Bolsonaro sugere entrar em contato com funcionários públicos, usar agências e órgãos do estado para ter informações que pudessem auxiliar a defesa de seu filho.

A gravação da reunião foi feita, segundo a Polícia Federal (PF),por Ramagem, aliado de Bolsonaro.

'Fiquei em choque ao ver o presidente'

Fiquei em choque quando entrei na reunião e vi Bolsonaro, diz advogada

Em entrevista ao Estudio I, da Globonews, Juliana contou como foi a reunião em que Bolsonaro participou.

"Eu não tinha a menor ideia [de que ele estaria presente] e fiquei em choque ao ver o presidente."

Após alguns minutos dentro da sala bom Bolsonaro, Ramagem e Heleno, a advogada conta que entendeu que precisava atuar profissionalmente e começou a explicar aos presentes qual tinha sido o resultado de sua investigação. "Falamos de uma possibilidade de o Flávio ter sido alvo de um esquema dentro da Receita Federal."

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Antes de entrar na reunião, Juliana conta que ela e a colega que também participou, tiveram que deixar o seu celular na entrada da sala, o que "impediria qualquer tipo de gravação". Ainda, ela contou que não sabia que o encontro estava sendo gravado.

Juliana Bierrenbach disse que "não fazia ideia" do que Alexandre Ramagem estava fazendo na reunião e que o viu pela primeira vez na ocasião. Além disso, afirmou que o ex-cfefe da Abin "jamais orientou nada".

"Não fazia ideia do que ele estava fazendo lá [na reunião]. Nunca tinha tido contato com ele. Foi a primeira vez que vi o Ramagem. Ele jamais orientou nada. Não havia nenhuma orientação do Ramagem. É um equívoco dizer que ele tivesse feito alguma investigação", disse Juliana.
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