Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

G1 - Economia

Dólar abre em queda nesta sexta-feira, com apagão cibernético global e quadro fiscal no radar

.


Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,89%, cotada em R$ 5,5872. Já o principal índice de ações da bolsa teve queda de 1,39%, aos 127.652 pontos. Notas de 1 dólar

Rafael Holanda/g1

O dólar abriu a sessão desta sexta-feira (19) em queda, à medida que investidores continuam de olho cenário fiscal brasileiro e repercutem eventuais impactos nos mercados financeiros após o apagão cibernético que atingiu diversos lugares do mundo.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024, além de um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões. As medidas vieram como uma tentativa do governo de cumprir a regra de gastos prevista no arcabouço fiscal. O valor, no entanto, está abaixo do que queriam os agentes de mercado.

No exterior, além dos desdobramentos políticos e de juros nos Estados Unidos, os mercados também monitoram os efeitos do apagão cibernético global em ações de tecnologia. (entenda mais abaixo)

Veja abaixo o resumo dos mercados.

ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula

CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas

Dólar

Às 09h01, o dólar operava em queda de 1,05%, cotado em R$ 5,5288. Veja mais cotações.

Na véspera, a moeda fechou com um avanço de 1,89%, cotada em R$ 5,5872.

Com o resultado, acumulou:

alta de 2,88% na semana;

recuo de 0,02% no mês;

avanço de 15,14% no ano.

Ibovespa

As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.

Na véspera, o índice caiu 1,39%, aos 127.652 pontos.

Com o resultado, acumulou:

queda de 0,97% na semana;

ganhos de 3,02% no mês;

perdas de 4,87% no ano.

LEIA TAMBÉM

30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira

DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?

DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

O apagão cibernético que atrasou voos e prejudicou diversos serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo ficava no centro das atenções nesta sexta-feira (19). O problema estaria relacionado a sistemas que utilizam Windows na empresa CrowdStrike, uma fornecedora de serviços de segurança digital.

Em nota, a Microsoft informou que a falha já teria sido resolvida, mas que problemas residuais ainda podem ocorrer. Não há indícios de que o apagão esteja relacionado a um ataque hacker.

Ainda assim, os futuros dos índices acionários de Nova York já sentiam os efeitos do apagão nos negócios desta sexta-feira, com investidores se desfazendo de algumas ações de tecnologia no pré-mercado. Os papéis da Microsoft e da CrowdStrike sinalizavam queda.

Apagão cibernético prejudica bolsas de valores e mercados de commodities e câmbio pelo mundo

Nos Estados Unidos, a corrida eleitoral também continua no radar. Investidores seguem incerto sobre o futuro chefe de Estado da maior economia do mundo, em meio a um crescente favoritismo pelo ex-presidente Donald Trump e após o atual presidente dos EUA, Joe Biden, afirmar que "analisa alma" sobre desistir de sua candidatura.

Na agenda, dados econômicos e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) devem ficar na mira, à medida que o mercado segue em busca de novas pistas sobre o futuro dos juros no país.

Na véspera, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que o Fed não deveria cortar os juros "antes do final de 2024", destacando que o governo norte-americano precisa aumentar os impostos para desacelerar o crescimento da dívida federal.

Na Ásia, o Banco Central do Japão (BoJ) informou que recebeu um número considerável de solicitações para reduzir a compra mensal de títulos nos próximos anos. Já na China, a falta de estímulos econômicos pesou nos preços do minério de ferro, que recuaram nesta sexta-feira.

No mercado local, o cenário fiscal continua a fazer preço nos negócios, com as atenções dos investidores voltadas para as discussões em torno do Orçamento.

Na véspera, depois do fechamento do mercado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram R$ 15 bilhões entre bloqueio e contingenciamento de verbas.

Agentes de mercado queriam ao menos R$ 30 bilhões contingenciados para que a meta de déficit zero seja cumprida.

A diferença entre bloqueio e contingenciamento é a seguinte:

Bloqueio: se refere a valores no Orçamento que têm que ser bloqueados para o governo manter a meta de gastos do arcabouço fiscal.

Contingenciamento: é uma contenção feita em razão de a receita do governo estar vindo abaixo do esperado.

Segundo Haddad, as medidas são necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal.

O mercado já vinha mal com a perspectiva de que os cortes não fossem suficientes. Na quinta-feira, Tebet, descartou interromper programas sociais e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já iniciadas, principalmente nas áreas de saúde e educação. Tebet admitiu que o governo deve cortar gastos, mas afirmou que isso deve ser feito com os gastos "desnecessários".

"Não tem nenhuma, nenhuma sinalização, nenhuma, de que o PAC, especialmente na área da educação e da saúde, vai ter corte", disse Tebet ao programa "Bom Dia, Ministra" do CanalGov.

"Ainda que a gente tenha que fazer cortes temporários, contingenciamento ou bloqueios em obras de infraestrutura a gente faz naquelas que não iniciaram ou que não iniciariam agora para que a gente possa depois de dois meses --porque a cada dois meses a gente faz essa revisão — repor de outra forma", declarou Tebet.

A ministra destacou que o governo pretende reestruturar alguns programas sociais, com cortes de gastos "naquilo que estiver efetivamente sobrando", com fiscalização de fraudes e irregularidades.

"Obviamente, na hora que tiver que cortar, nós vamos reestruturar alguns programas. Nós temos que fazer reformas estruturantes para poder ter [recursos] para aquilo que mais precisa. Onde mais precisa? E eu sou professora, então educação, saúde", declarou.

Ainda na quinta-feira, o governo manteve em 2,5% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. Assim, o governo espera uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira, que cresceu 2,9% em 2023.

A informação consta no Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que também trouxe:

A previsão para a inflação deste ano subiu de 3,7% para 3,90%.

A perspectiva para o PIB em 2025 caiu de 2,8% para 2,6%.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

G1

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!