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Líder do maior bloco da Câmara diz que clima é ruim e pacote do governo não será votado nesta semana

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Por G1 em 09/12/2024 às 20:27:16
Elmar Nascimento (União-BA) afirmou que parlamentares acreditam em jogo casado do STF com o governo. Bloco liderado por deputado tem 161 parlamentares. Discussão e votação de propostas legislativas na Câmara dos Deputados

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Líder do União Brasil e do maior bloco da Câmara, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) afirmou nesta segunda-feira (9) que o clima na Casa é ruim e, por isso, o pacote de corte de gastos do governo não será votado nesta semana.

O Executivo enviou projetos ao Congresso para fazer um ajuste fiscal, mas uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flavio Dino, que impôs novas regras para a liberação das emendas parlamentares, travou a tramitação do pacote na Câmara.

Os deputados ameaçam emperrar a votação das propostas, porque enxergam um jogo combinado do Executivo com Dino, ex-ministro da Justiça de Lula.

"O problema da turma toda aqui é que ninguém acredita que não é jogo combinado", afirmou Elmar.

Em meio à insatisfação no Congresso, governo tenta liberar R$ 3 bilhões em emendas para agilizar corte de gastos

Semana decisiva para o pacote de corte de gastos

Na semana passada, o governo conseguiu aprovar as urgências para os projetos do pacote fiscal com uma margem estreita, o que foi interpretado como um recado do parlamento ao governo.

Uma das determinações foi a individualização das emendas de bancada, que tem natureza coletiva, o que incomodou deputados e senadores.

"Quando ele dá um despacho dizendo que precisa identificar quem sugeriu, não tem ninguém que sugeriu. É um pleito do governo da Bahia, da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Segurança, das universidades federais", afirmou Elmar.

Deputado Elmar Nascimento (União - BA)

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Questionado sobre se o pacote do governo fica para 2025, o deputado afirmou que esta semana a Casa vai se concentrar em projetos sobre segurança pública e que o pacote não será votado.

Elmar lidera um grupo formado por 161 deputados, o maior da Câmara. A demora na votação dos textos pode atrapalhar a programação do governo de votar os projetos antes do Orçamento e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O recesso no Congresso começa dia 23, um domingo.

Reunião no Planalto

Diante da tensão, o presidente Lula convocou os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma reunião no Palácio do Planalto.

A conversa busca encontrar uma solução que contemple as exigências do STF e as demandas dos parlamentares, permitindo o avanço do pacote fiscal.

Enquanto isso, ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) intensificam reuniões com líderes partidários para destravar o impasse.

O governo avalia outras saídas, como a compensação no orçamento de 2025, com ajustes na Lei Orçamentária Anual para atender parlamentares sem configurar emendas. Entretanto, as decisões do STF continuam sendo um obstáculo que desafia a articulação política do Planalto.
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