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Escaneamento de íris: World interrompe registros após órgão do governo suspender pagamentos

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Por G1 em 11/02/2025 às 10:41:18
World havia recorrido com efeito suspensivo, permitindo que o projeto operasse sem alterações até a análise do caso pelo Conselho Diretor da ANPD. A agência havia determinado o fim da compensação financeira a partir de 25 de janeiro de 2025. Ponto de atendimento da World na Vila Mascote, Zona Sul de São Paulo, em foto de 27 de janeiro de 2025

Darlan Helder/g1

A World decidiu suspender voluntariamente novos registros de íris de brasileiros após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir o projeto de remunerar pessoas pela coleta dessa biometria.

A suspensão dos pagamentos tem efeito imediato após a intimação, segundo o comunicado divulgado pela ANPD. A decisão foi publicada nesta terça-feira (11) no Diário Oficial da União.

Na decisão, a relatora Miriam Wimmer afirmou que a compensação financeira oferecida pela World "configura uma interferência indevida na livre manifestação de vontade dos titulares de dados".

Em nota enviada ao g1, a World informou que, apesar da pausa, suas lojas físicas seguirão abertas para fornecer informações ao público e que precisará de tempo para cumprir a ordem (leia a nota na íntegra).

No dia 24 de janeiro, a ANPD havia ordenado a interrupção do pagamento pela foto da íris a partir do 25 de janeiro.

No entanto, três dias depois, a World entrou com um recurso de efeito suspensivo, permitindo que o projeto seguisse remunerando normalmente até que uma nova decisão fosse tomada pela ANPD.

A World tinha 10 dias para recorrer da decisão da ANPD, a partir de sábado, e continuou com os pagamentos na manhã e tarde de segunda (27), conforme o g1 reportou.

Nesse recurso, a World havia solicitado um prazo de 45 dias para implementar alterações em seu aplicativo World App antes de interromper o pagamento da criptomoeda. No entanto, esse pedido foi negado pela ANPD.

Para Rafael Zanatta, diretor da Data Privacy Brasil, esse é o caso mais importante da ANPD sobre desigualdades e assimetrias de poder. "Pessoas que estão cedendo dados biométricos por dinheiro, mesmo que em criptomoeda, não estão exercendo consentimento livre", diz.

O que é a World

Câmera Orb, que captura a íris dos olhos.

Fábio Tito/g1

A World é uma rede administrada pela World Foundation, organização sem fins lucrativos que se define como gestora, e não dona, da iniciativa. O projeto foi criado pela Tools for Humanity, empresa que hoje diz colaborar com o aplicativo e as câmeras usadas para tirar fotos da íris de usuários.

Tanto a World quanto a Tools for Humanity foram fundadas por Alex Blania, CEO das duas entidades, e Sam Altman, CEO da OpenAI (dona do ChatGPT).

A World Foundation levantou US$ 115 milhões (R$ 680 milhões na cotação atual) em sua rodada de investimento mais recente, em maio de 2023.

O projeto conta ainda com operadores "operadores parceiros" responsáveis pelos locais de verificação e pagos pela World Foundation para atender os usuários. Hoje, são 51 pontos em São Paulo, número que vinha subindo rapidamente desde novembro, quando eram 10 unidades.

O que diz a World

"A World respeita a decisão da ANPD. Como a ANPD está ciente, será necessário tempo para cumprir com a sua ordem. Para permitir que a World conclua as mudanças em coordenação com a ANPD e garanta conformidade durante esse processo, estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações. Os espaços físicos da World permanecerão abertos para fornecer educação e informações ao público e pedimos desculpas por qualquer inconveniente aos que desejavam se juntar à World agora.

A World segue seu compromisso em cumprir com as leis nos mercados onde opera e continuará trabalhando para garantir transparência e entendimento público desse serviço essencial, que busca aumentar a segurança e confiança online na era da IA".

Fonte: G1

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