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Lula precisa falar mais para o eleitorado de centro e governar com frente ampla

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Por G1 em 17/02/2025 às 10:17:56
Lula

Evaristo Sa/AFP

Depois da queda acentuada da aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), interlocutores do presidente da República recomendam que ele fale não só para o seu público, mas também para o eleitorado de centro e governe com a frente ampla.

Segundo eles, Lula precisa lembrar que foi eleito com o apoio de partidos de centro e que o eleitorado deste segmento foi fundamental para sua eleição.

Datafolha: 41% reprovam o governo Lula. Aprovação é de 24%

A avaliação destes interlocutores é que Lula, pressionado pela oposição, passou a intensificar um discurso para o eleitorado do Nordeste, baixa renda e feminino, deixando de lado o eleitorado mais de centro.

Resultado, ele não só perdeu apoio entre seus eleitores mais fiéis, como vai perdendo cada vez mais o eleitorado de centro, que votou nele porque não queria a reeleição de Jair Bolsonaro.

Para ministros da Frente Ampla, o presidente está estimulando o divisionismo ao defender mais seu eleitorado, não fazendo acenos ao eleitorado de centro. Além disso, reivindicam uma maior participação nas decisões de governo.

"O governo Lula foi eleito com o apoio da Frente Ampla, mas governa apenas para os seus", reclama um aliado do presidente da República.

A equipe de Lula diz que a queda da aprovação reflete um final de 2024 e um início de 2025 muito ruim.

Segundo assessores, o governo vinha bem até novembro do ano passado. Em dezembro, vieram as notícias ruins.

Dólar em disparada, preços dos alimentos em alta e seguidos erros do governo, como a mudança na fiscalização do PIX, usada pela oposição de forma falsa como uma tributação, mas cuja mensagem acabou prevalecendo.

Há um consenso de que a queda da inflação é fundamental, o problema é que o governo está dividido sobre esse caminho. A equipe econômica prega um aperto fiscal para ajudar o Banco Central, a ala política quer mais programas sociais para reconquistar os eleitores.

Quatro são apontados como cruciais:

isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil;

aumento do crédito com consignado para trabalhadores do setor privado;

gás gratuito para famílias de baixa

remédio de graça na Farmácia Popular.

O problema é que tudo isso custa dinheiro público e ele está escasso.

Se o governo bancar programas sociais sem lastro fiscal, a inflação vai aumentar. Interlocutores de Lula no setor empresarial dizem que ele precisa retomar o caminho do seu primeiro mandato para se recuperar.
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