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PrĂ©-candidatos à PresidĂȘncia falam sobre eleições em evento em Harvard, nos Estados Unidos

Por G1 em 10/04/2022 às 16:06:23
Ex-ministro Sergio Moro foi sabatinado na tarde do sábado, e Ciro Gomes foi o primeiro a falar no domingo. Tebet, Doria e Leite ainda vão participar do encontro, organizado por alunos da universidade norte-americana. Pré-candidatos à Presidência da República participaram nestes sábado (9) e domingo (10) de um evento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que debate o cenário político e social do Brasil e as expectativas para as eleições de outubro.

O primeiro a ser sabatinado no Brazil Conference, encontro organizado pelos estudantes da instituição, foi o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), no sábado à tarde. Na manhã deste domingo, foi a vez de Ciro Gomes (PDT).

Ainda vão participar a senadora Simone Tebet (MDB-MD), o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).

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Moro

Sergio Moro participou de sabatina em Harvard no sábado (9)

Reprodução/Youtube

Moro se filiou ao União Brasil no dia 31 de março, depois de deixar o Podemos. No antigo partido, ele era pré-candidato declarado. No atual, ainda não definiu qual cargo vai disputar em outubro.

O ex-ministro defendeu uma candidatura de terceira via que ofereça ao eleitor uma opção que não seja a "polarização" entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Este é um momento muito delicado na vida do Brasil. Estamos vendo essa polarização que tem acirrado os ânimos. E, com todo respeito a esses candidatos, são candidatos muito ruins", afirmou o ex-ministro.

Moro também se disse orgulhoso de sua atuação como juiz responsável pela Operação Lava Jato. Ele deixou o cargo para assumir a pasta da Justiça no governo Bolsonaro, do qual saiu em 2020, por desentendimentos com o presidente.

Para o ex-ministro e ex-magistrado, um dos motivos de o Brasil não ter crescimento econômico relevante nas últimas décadas pode ser a corrupção.

"Talvez por isso estejamos há 30 anos presos na armadilha do baixo crescimento. A gente vai fazendo concessão ética a cada momento e, em vez de obter crescimento econômico, a gente está aqui estagnado. As pessoas olham para o Brasil e pensam: 'Cadê as instituições funcionando?' Tem uma correlação muito clara, vocês podem procurar nos livros de ciência política [...] Uma relação clara entre qualidade das instituições e crescimento econômico. O crescimento precisa de previsibilidade, segurança jurídica e respeito às regras do jogo", argumentou Moro.

Ciro

Ciro Gomes durante sabatina do Brazil Conference em Harvard, nos Estados Unidos

Reprodução/YouTube

Durante sua sabatina, Ciro Gomes criticou uma declaração de Lula, na semana passada, sobre aborto.

Na última terça-feira (5), Lula defendeu o direito de as mulheres fazerem aborto. O petista criticou o fato de gestantes pobres morrerem ao tentar abortar em locais sem estrutura adequada enquanto "madame pode fazer um aborto em Paris" ou "ir para Berlim procurar uma clínica boa".

"Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha", disse o ex-presidente na ocasião.

No dia seguinte, diante da repercussão da frase, Lula explicou que é contra o aborto e que a questão tem que ser discutida como tema de saúde pública.

"Essa pergunta já chegou pra mim umas mil vezes: eu sou contra o aborto, mas é preciso transformar numa política pública. Mesmo eu sendo contra, ele existe, ele se dá com uma pessoa de alto poder aquisitivo, ela vai ao exterior e se trata. E o pobre, como faz?", argumentou o ex-presidente.

Para Ciro, a declaração de Lula foi "estapafúrdia". O pré-candidato afirmou que é um assunto "grave e complexo" e que, por isso, não pode ser tratado de forma "simplória".

"Que é que o Lula tinha de dar uma declaração estapafúrdia como a que ele declarou agora 'que todo mundo tem direito a fazer o aborto'. Que coisa mais simplória para um assunto tão grave e tão complexo. E qual o poder que o Lula tem sendo presidente da República por 14 anos, ou mandando na Presidência do Brasil, e que não resolveu essa questão? Porque ela é insolúvel. Ela é insolúvel", disse Ciro.

Para Ciro, tratar de questões como aborto e pautas identitárias na campanha, enquanto grande parte da população busca igrejas como "socorro" e "autoajuda", é entregar o Brasil para a "direita tacanha".

"Quando o guerreiro vai para a guerra, se ele puder antecipar, ele escolhe o campo da luta, para ele ter a vantagem. Nós estamos caindo como um patinho. Por quê? Porque as questões identitárias são nobres. É fato que o nosso país é o que mais mata população LGBTQIA+. Mas qual o poder que [tem] o presidente da República que vai disputar uma eleição agora, com o povão da favela que está indo buscar na igreja autoajuda, lenitivo, socorro para desespero em que se encontra? Isso é ser de esquerda? Não é ser de esquerda. Isso é ser déspota esclarecido e descomprometido com a vida real do nosso povo é entregar para a direita mais tacanha fazer o que ela está fazendo com o nosso país", completou.

Uma das perguntas feitas ao pré-candidato foi sobre preservação do meio ambiente e o aquecimento global. Ciro disse que é preciso levar sustentabilidade à Amazônia. Segundo ele, há menos de três décadas os agricultores eram incentivados pelos governos a desmatar a floresta, como uma forma de colonizar a região.

Na visão do pré-candidato, o poder público deve apresentar a essas pessoas uma nova forma de explorar a floresta.

"Como é que a gente resolve isso? Na minha opinião, se reconciliando com o povo local, com o brasileiro local. Como? [Fazendo] zoneamento econômico ecológico. Isso que é uma ferramenta de desenvolvimento sustentável", completou.

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