Podem ser conferidos ainda o Planisfério de Juan de la Cosa, primeiro mapa a mostrar o continente americano. Seu criador viajou com Cristóvão Colombo. Destaque também para o Mapa de Alberto Cantino, de 1502, o primeiro a mostrar o litoral do Brasil, chamado no mapa de Vera Cruz. Os espectadores terão oportunidade de conhecer o Mapa de Jerônimo Marini, de 1511, o primeiro a trazer o nome Brasil; o Terra Brasilis, de Lopo Homem e Antonio de Holanda, de 1519, que faz um delineamento completo da costa brasileira, apresenta a embocadura do Rio da Prata e representa os índios cortando pau-brasil, entre outras raridades.
Para Paulo Protásio, a cartografia ratifica que seus referenciais são essenciais para quase todas as áreas e que é imperativa a necessidade de se inteirar sobre cartografia, incluindo desde mapas feitos à mão até os sistemas tecnológicos atuais.
Fazem parte também da exposição quatro mapas temáticos que tratam da emissão de gases poluentes (CO2) por habitante, lixo plástico, unidades de conservação e energias renováveis. Os visitantes poderão conhecer ainda a Cartografia de Anna Bella Geiger. Esse segmento da mostra apresenta um vídeo inédito e três obras da série de cartografia da artista plástica, que foi casada com o geógrafo brasileiro Pedro Geiger e desenvolveu um trabalho único com mapas, na década de 70, pelos quais é conhecida no mundo todo. “Ela fez um Atlas do Novo Mundo, um mundo diferenciado. Essa provocação é apropriada para o momento que a gente está vivendo e que a relação arte-cartografia continua cada vez mais abrangente”, disse Paulo Protásio.
A programação da exposição Brasil no [Centro do] Mapa inclui seminário de três dias sobre o tema. O encontro vai despertar uma ação para definir, em forma de escalada, a ampliação gradativa de todos os setores, afirmou o curador. “Ou seja, o Brasil, para ir para o centro do mundo, não pode ir só por conta de graça ou interesse ou porque é centralizado, como os demais países do mundo podem fazer o mesmo tipo de mapa. O Brasil precisa se olhar de forma mais próxima, por exemplo, como destaque no campo da energia renovável, não poluente. A gente tem valor e expressão de enorme importância. Isso tem que ser observado, transmitido e transferido para outros públicos e o mundo”.
Protásio lembrou que as regiões turísticas são outro ponto que o Brasil precisa salientar, com rios, frente marítima, lagoas, montanhas, florestas. “Tudo isso é expressão de fazer diferença. O Brasil tem mais cobertura do que qualquer outro lugar do mundo em termos de vegetação. Por que não colocar isso como referência? Porque a cartografia pode representar essas conquistas todas”, concluiu.
O CCBB RJ está situado à Rua Primeiro de Março, 66, no centro do Rio, e funciona às segundas e quartas-feiras e aos sábados das 9h às 21h; no domingo, das 9h às 20h. Às terças-feiras, o equipamento fica fechado. A entrada do público e permitida com apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19.
Fonte: Agência Brasil - Geral