Criação de Ministério dos Povos Originários foi prometida por Lula durante campanha. Segundo Sônia Guajajara, pasta fará interlocução com outros ministérios para elaboração de políticas públicas. A deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) afirmou nesta quarta-feira (23) que o futuro Ministério dos Povos Originários deverá ter um papel de articulação com outras pastas da Esplanada e com atores internacionais – inclusive para buscar recursos – para elaboração de políticas públicas relacionadas aos povos indígenas e quilombolas.Em entrevista em Brasília, Sônia Guajajara declarou também que "a princípio" a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve permanecer na estrutura do Ministério da Justiça, e que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) seguirá no Ministério na Saúde.Durante a campanha ao Palácio do Planalto, Lula assumiu o compromisso de criar um ministério específico para tratar de temas relacionados aos povos indígenas e quilombolas.Segundo a líder indígena, que integra o grupo de povos originários da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a "missão" da nova pasta está em discussão. "A princípio, naturalmente, vai ser um ministério de articulação, até porque o orçamento para o ano que vem está aprovado agora e o ministério não está dentro. Vai levar um ano para reestruturar, fazer as composições. A princípio, é muita articulação com outros ministérios. E também, é claro, acho que o ministério traz muito uma demanda de articulação internacional, inclusive para captação de recursos", disse.Colega de Guajajara no grupo temático, a deputada eleita Célia Xakriabá (PSOL-MG) relatou que a equipe trabalha em relatórios, o que inclui a situação de indígenas que vivem isolados."O 'ministério indígena' é muito importante ouvir, ter uma escuta mais sensível. Um ministério que vai ser construído e será escutada a voz de todas as regiões do país", disse.