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Corrupção passiva: PF vai apurar se governo Bolsonaro ofereceu contrapartida a sauditas por joias

Por G1 em 07/03/2023 às 08:54:26
A Polícia Federal vai investigar se o governo brasileiro ofereceu algum tipo de contrapartida comercial à Arábia Saudita no caso das joias de R$ 16,5 milhões dadas como presente ao então presidente Jair Bolsonaro e à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em 2021.

Se esse tipo de negociação for identificado, o caso pode ser enquadrado como corrupção passiva.

A PF vai analisar negócios fechados com investidores sauditas e com o governo da Arábia Saudita durante o governo Bolsonaro em condições que possam indicar vantagens fora dos padrões de mercado.

Ou seja, se o governo brasileiro beneficiou os sauditas em algum tipo de contrato durante este contrato, que possa configurar numa retribuição pelo presente encaminhado a Bolsonaro e à ex-primeira-dama.

A investigação foi aberta a pedido do ministro da Justiça, Flavio Dino, para checar também se houve alguma ilegalidade na entrada das joias no país.

As investigações vão mirar nas duas caixas que entraram no Brasil, trazidas por uma comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A com joias para Michelle foi apreendida. A segunda, que seria para Bolsonaro, ficou com o governo.

Nesta segunda-feira (06), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem a Receita Federal é subordinada, disse que ninguém ganha presente no valor de R$ 16,5 milhões, avaliação feita das joias da marca Chopard presenteadas ao ex-presidente e mulher.

A PF suspeita que a intenção do ex-presidente era ficar com as joias, e não repassar ao acervo público, como ele e sua equipe têm divulgado. Motivo: Bolsonaro insistiu em retirar as joias dos cofres da Receita a um dia de viajar para os Estados Unidos, saindo do país antes da posse do presidente Lula.

Segundo investigadores, se as joias iriam para o acervo, não faz sentido a tentativa, envolvendo o ajudante de ordens Mauro Cid e o secretário da Receita, Julio César, para liberar os presentes nos últimos dias do mandato de Bolsonaro.
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