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Juro médio dos bancos avança em fevereiro e crédito bancário tem retração, mostra Banco Central

Por G1 em 29/03/2023 às 09:21:16
Taxa média cobrada pelas instituições financeiras avançou para 44,2% ao ano, maior em mais de cinco anos. Volume total do crédito bancário recua 0,1% em fevereiro, e concessões caem 2,2%. A taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas registrou aumento em fevereiro, ao mesmo tempo em que o volume do crédito ofertado pelos bancos recuou. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central.

O comportamento das taxas de juros, e dos empréstimos dos bancos, acontece um um momento de estabilidade da taxa Selic em 13,75% ao ano. O juro básico, fixado pelo BC para tentar conter a inflação, está no maior patamar em mais de seis anos.

Nesta terça-feira (28), o diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen, afirmou que desaceleração do crédito é esperada com a subida dos juros. Segundo ele, isso "faz parte do processo de condução da política monetária [elevação da Selic para conter a inflação] ao longo desse ano".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem informado que a área econômica do governo, em conjunto com o Banco Central, está concluindo medidas para melhorar o ambiente do crédito na economia. A expectativa é que as propostas sejam anunciadas em abril.

Juro bancário

De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas teve aumento de 0,7 ponto percentual em fevereiro deste ano, para 44,2% ao ano.

Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando somou 45,6% ao ano, ou seja, em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011.

O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 25,3% ao ano, em janeiro, para 24,2% ao ano em fevereiro de 2023.

Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 56,6% ao ano, em janeiro, para 58,3% ao ano em fevereiro. É o maior nível desde outubro de 2017 (58,9% ao ano).

Cheque especial e cartão de crédito

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 132% ao ano, em janeiro, para 137,4% ao ano em janeiro de 2023. Trata-se do maior patamar desde janeiro de 2020 (140,8% ao ano).

A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de 411,4% ao ano em janeiro para 417,4% ao ano em fevereiro. É o maior nível desde agosto de 2017 (428% ao ano).

O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.

Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, recuou 0,1%, para R$ 5,31 trilhões em fevereiro. Em janeiro deste ano, somava R$ 5,32 trilhões.

"O volume de crédito para o segmento empresarial diminuiu 0,7% no mês, para R$2,1 trilhões, enquanto para o segmento de pessoas físicas houve incremento mensal de 0,4%, somando R$3,2 trilhões", informou o BC.

Para as pessoas físicas, segundo o BC, houve destaque para o cartão de crédito rotativo, para crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público e para aposentados e pensionistas do INSS apresentaram crescimentos de 4,6%, 1% e 1,1%, respectivamente.

Segundo o BC, também houve recuo de 2,2% nas novas concessões de empréstimos no mês passado, período em que somaram R$ 499,9 bilhões. Em janeiro, haviam totalizado R$511,2 bilhões. O cálculo foi feito após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).

Fonte: G1

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