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Ministério da Cultura suspende a produção de livro sobre armas de fogo que captou recursos da Rouanet

Por G1 em 21/04/2023 às 16:58:18
Obra, intitulada 'Armas e Defesa: A História das Armas no Brasil', obteve aprovação para recursos da lei no governo Jair Bolsonaro. Ministério viu irregularidades na prestação de contas do projeto e apologia às armas. O Ministério da Cultura decidiu suspender a confecção do livro "Armas & Defesa: A História das Armas no Brasil". O livro é um resultado de um projeto que foi autorizado a receber recursos financeiros via lei Rouanet na gestão de Jair Bolsonaro

O projeto foi financiado pela fabricante de armas ,Taurus, que, como contrapartida, teve permissão para deduzir valores do Imposto de Renda. A pasta atendeu a uma recomendação feita pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que analisou eventuais irregularidades em 1508 projetos.

O projeto para elaboração do livro estava em execução desde março do ano passado, mas as comprovações de despesas e resultados nunca foram enviadas ao ministério.

Outra irregularidade encontrada pela CNIC está relacionada aos aportes financeiros. A fabricante de armas realizou um pagamento no valor de R$ 336 mil e depois outro de R$ 86 mil. A última cota no valor de R$ 86 mil foi bloqueada porque ultrapassava o valor total autorizado.

Outro ponto levantado pela comissão é que o livro foi aprovado na área de “Humanidades”. Para os integrantes do colegiado, a obra faz apologia à utilização de armas como um "traço natural" da civilização humana.

O Ministério da Cultura solicitou o bloqueio da conta e determinou que a fabricante de armas faça uma apresentação do projeto já elaborado e dos documentos que comprovam os gastos. Após a prestação de contas, o ministério poderá ordenar a devolução integral dos recursos e a suspensão do incentivo fiscal que foi concedido à fabricante de armas.

“É uma clara apologia às armas, respaldada pela narrativa do Governo anterior de estímulo ao armamento da população. A sinopse da obra, escrita pelo proponente, prevê a inclusão de capítulos dedicados às políticas públicas armamentista adotadas, o que caracteriza um desvio de finalidade”, afirmou o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes.
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