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CPI dos Atos Golpistas mira financiadores e investiga crachá encontrado com condenado por atentado em aeroporto

CPI aprovou nesta terça-feira (11) a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de George Washington.

Por G1 em 11/07/2023 às 17:53:47
CPI aprovou nesta terça-feira (11) a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de George Washington. O colegiado quer rastrear os financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes. Parlamentares da CPI dos Atos Golpistas investigam um crachá encontrado com George Washington, o homem preso pela tentativa de atentado a bomba próxima ao Aeroporto de Brasília, pertencente à empresa Base Industrial de Defesa (BID) Brasil, que promoveu evento na capital dias antes patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil).

À época, o pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, era o chefe do escritório da Apex em Miami. Ele ocupou o posto de 2019 até este ano, quando o governo Lula o dispensou.

Segundo documento entregue pela Polícia Civil do DF à CPI, Washington foi encontrado com um crachá da Bid Brasil no dia em que foi preso pelo atentado. O evento, que expõe tecnologias de defesa nacional, foi patrocinado pela Apex Brasil com o apoio do Ministério da Defesa.

Na tentativa de aprofundar essas informações iniciais, a CPI aprovou nesta terça-feira (11) a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de Washington. O colegiado quer rastrear os financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes.

Washington, que já depôs à comissão, foi condenado a mais de nove anos de prisão por colocar uma bomba em um caminhão de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília. Ele foi preso na véspera do Natal, 24 de dezembro do ano passado. Entre os dias 6 e 8 de dezembro, acontecia a 7ª Mostra BID Brasil.

Como George Washington detinha o crachá da BID Brasil, membros da comissão acreditam que ele tenha participado desta conferência e de outras atividades da empresa.

Segundo informações da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), mais de 4,3 mil pessoas visitaram a mostra da BID Brasil. Entre elas, estava o próprio ministro da Defesa da gestão Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que apareceu concedendo entrevista em um vídeo do evento.

O que diz a Apex

A Apex, em nota, afirmou que o evento foi organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança. "Como apoiadora, a ApexBrasil financiou a realização do evento, conforme convênio firmado com a Abimde."

Sobre George Washington, a Apex afirmou que "cabe esclarecer que ele não é funcionário desta agência". "A Apex-Brasil não tem responsabilidade pela organização da 7ª Mostra BID Brasil, que expôs em Brasília tecnologias de defesa nacional. Sobre a lista de participantes e convidados, a informação pode ser dada pela Abimde", declarou.

Mauro Cid

Mauro Cid, que depõe nesta terça (11) à CPI, está preso desde o dia 3 maio. Ele é suspeito de inserir dados falsos no sistema do Ministério de Saúde para adulterar cartões de vacinação. Seu pai, Mauro César Lourena Cid, o visitou no Batalhão de Polícia do Exército, onde está detido.

Os documentos entregues pela Polícia Civil à comissão são de dezembro e listam os depoimentos das pessoas que foram presas nos atos terroristas de 8 de janeiro.

Um relatório cita ainda Wellington Macedo de Souza, que está foragido, e também é suspeito de colocar o explosivo perto do aeroporto.

O documento da Polícia Civil mostra que Wellington Macedo, antes do caso da bomba, pediu contribuição, via pix, aos seus seguidores nas redes sociais.
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