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Se metas do novo arcabouço fiscal forem atingidas, 'com certeza' juros ficarão mais baixos no futuro, diz Campos Neto no Senado Federal

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (10) que a taxa de juros será mais baixa, no futuro, se as metas do arcabouço fiscal, ou seja, da nova regra para as contas públicas, forem atingidas.

Por G1 em 10/08/2023 às 12:28:40
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (10) que a taxa de juros será mais baixa, no futuro, se as metas do arcabouço fiscal, ou seja, da nova regra para as contas públicas, forem atingidas.

As declarações foram dadas por Campos Neto durante sessão no plenário Senado, cujo objetivo é apresentar o relatório de inflação e do relatório de estabilidade financeira da instituição.

"Mas eu estou de acordo que a gente precisa agora correr atrás de um equilíbrio fiscal [para as contas públicas], e o plano desenhado, se a gente atingir as metas fiscais, a gente também vai atingir com certeza juros mais baixos e mais estáveis daqui para frente", declarou Campos Neto.

As metas citadas pelo presidente do BC preveem que o déficit nas contas do governo (receitas menos despesas sem contar juros da dívida pública) será zerado em 2024, e que o saldo voltaria ao azul a partir de 2025.

Para atingir as metas fiscais, o governo federal está adotando medidas voltadas para o aumento da arrecadação. A estimativa da área econômica é de que é necessário um incremento de receita acima de R$ 100 bilhões para zerar o rombo das contas públicas no próximo ano.

Até o momento, o mercado financeiro não acredita que isso irá acontecer. De acordo com realizada em julho pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda em julho com instituições financeiras, a projeção é de um déficit nas contas do governo de R$ 82 bilhões em 2024.

Corte de juros

As declarações de Campos Neto também aconteceram após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de baixar os juros em 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, que aconteceu na semana passada. Foi o primeiro corte de juros em três anos.

As decisões do Copom são tomadas pela diretoria colegiada do Banco Central. Na última semana, o voto de Campos Neto desempatou o placar em favor de um corte mais agressivo, de 0,5 ponto percentual. O presidente do BC não precisava desempatar uma decisão de juros há 16 anos.

A redução da taxa básica de juros no Brasil aconteceu após pressão de Lula e, também, da queda da inflação nos últimos meses.

O presidente da República deu reiteradas declarações nos últimos meses criticando o patamar da taxa Selic que, em sua visão, desacelera a economia e a compromete a geração de empregos.

Em maio, a inflação oficial desacelerou para 0,23% de alta. E, em junho, foi registrada deflação, ou seja, queda de preços, de 0,08%.

Com os preços mais comportados nos últimos meses, o mercado vem reduzindo suas projeções para a alta de preços em 2023 e 2024 - que começam a se aproximar do intervalo do sistema de metas de inflação.

Como as decisões são tomadas

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o BC olha para frente.

Neste momento, a instituição já está mirando na meta do ano que vem, e também para o início de 2025 (em doze meses). Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para 2025, a meta central passa a ser "contínua" de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Na semana passada, os economistas do mercado financeiro estimaram inflação de 4,84% e passaram a projetar uma inflação de 3,88% para 2024.

A expectativa do mercado financeiro é de que os juros continuem recuando nos próximos meses e que terminem 2023 em 11,75% ao ano, e 2024 em 9% ao ano.

Fonte: G1

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