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Delgatti reafirmou à PF acusações feitas em CPI e apresentou 'indícios de provas', diz defesa

O hacker Walter Delgatti Neto reafirmou à Polícia Federal nesta sexta-feira (18) as acusações feitas durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas na quinta, informou o advogado Ariovaldo Moreira.

Por G1 em 18/08/2023 às 11:42:33
O hacker Walter Delgatti Neto reafirmou à Polícia Federal nesta sexta-feira (18) as acusações feitas durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas na quinta, informou o advogado Ariovaldo Moreira.

Segundo ele, Delgatti também apresentou "indícios de provas" para ajudar os investigadores a confirmarem as acusações feitas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.

Ainda de acordo com Ariovaldo Moreira, advogado de Delgatti, o hacker apresentou à PF:

áudio em que conversa com uma assessora de Carla Zambelli sobre possíveis pagamentos por serviços prestados ao governo;

e a descrição da sala no Ministério da Defesa onde teria se reunido com técnicos da pasta para elaborar um relatório técnico sobre as urnas eletrônicas usadas em 2022.

"Ele reiterou o que foi dito ontem na CPMI [...] Exatamente o que ele disse ontem. Tudo o que os senhores ouviram ontem, o Walter hoje repetiu para a autoridade policial", disse Moreira.

"[Apresentou] Indícios de provas. A autoridade policial deve agora, nas investigações, encontrar as provas de que o Walter esteve na [sede do ministério da] Defesa".

Mais cedo, na chegada à sede da Polícia Federal em Brasília, o advogado havia dito que era possível provar a presença de Delgatti Neto no Palácio da Alvorada, para reunião com o então presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2022 – mas era "impossível" provar o conteúdo da conversa.

Fala à CPI e novo depoimento

Na quarta (16), Delgatti foi transferido de Araraquara (SP), onde está preso desde o início do mês, para prestar depoimento à PF em Brasília sobre o fato de ter invadido sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – supostamente, a pedido de Carla Zambelli.

Na quinta, em fala à CPI dos Atos Golpistas, Delgatti fez uma série de acusações inéditas.

Disse, por exemplo, que Bolsonaro pediu que ele assumisse a autoria de um grampo já realizado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes) – e que prometeu um "indulto" aos crimes de Delgatti caso ele aceitasse a proposta.

A defesa do ex-presidente nega (veja detalhes abaixo).

O hacker disse também que Bolsonaro lhe orientou a ir ao Ministério da Defesa explicar aos técnicos como seria possível uma eventual fraude nas urnas.

O que diz Bolsonaro?

Após o depoimento de Delgatti, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou nota confirmando a reunião no Alvorada, mas negando o teor da conversa. Confira a íntegra abaixo:

"Considerando as informações prestadas publicamente pelo depoente Sr. Walter Delgatti Neto perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na presente data, a defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, informa que adotará as medidas judiciais cabíveis em face do depoente, que apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia".

Diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado. Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto."
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