Relatório do Conselho Nacional de Justiça apontou que houve "gestão caótica" sobre valores de acordos de leniência e de delação premiada firmados na Operação Lava Jato. O acordo de delação premiada é quando um investigado se compromete com o Ministério Público a dar informações sobre os crimes cometidos em troca de alívio da eventual pena.O acordo de leniência equivale ao de delação, mas é voltado para empresas."O trabalho correcional encontrou uma gestão caótica no controle de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público Federal e homologados pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba", relatou o CNJ.O documento também fala em suposto conluio de magistrados brasileiros que atuaram nas investigações com autoridades estrangeiras. O CNJ afirma que há indícios de infrações disciplinares."Apuração preliminar identifica hipótese de fato administrativo com possível repercussão disciplinar. Informações obtidas indicam falta do dever de cautela, de transparência, de imparcialidade e de prudência de magistrados que atuaram na operação Lava Jato", afirmou o documento."Ou seja, verificou-se a existência de um possível conluio envolvendo os diversos operadores do sistema de justiça, no sentido de destinar valores e recursos no Brasil, para permitir que a Petrobras pagasse acordos no exterior que retornariam para interesse exclusivo da força-tarefa", completou.Próximos passosO relatório vai ser analisado pelo plenário do CNJ. Deve ser ainda neste mês de setembro.Mas antes disso, já podem ser abertos procedimentos disciplinares contra os magistrados envolvidos.