Elizeta Ramos é a vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal. Pela legislação, cabe ao vice deste conselho ficar no cargo interinamente até a posse do titular. O mandato de Augusto Aras à frente do comando da Procuradoria-Geral da República se encerra no próximo dia 26 de setembro. Como a indicação do sucessor no cargo, a ser feita pelo presidente Lula, ainda passa por aprovação no Senado, a subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos deve assumir interinamente o posto. ?Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsAppNesta quinta-feira (21), Aras fez um discurso no Supremo Tribunal Federal com balanço de suas ações. Na despedida, disse que a PGR sofreu com "falsas narrativas". Elizeta Ramos já estará como procuradora-geral no próximo dia 27 de setembro. Não é necessário haver formalidades. Isso porque está prevista na lei que regula o MP a passagem do cargo do procurador-geral de saída ao vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, quando ainda não há o sucessor. Mesmo assim, houve uma cerimônia de transmissão de cargo quando o interino Alcides Martins assumiu em 2019. Augusto Aras participou nesta quinta-feira da última sessão no STF como Procurador Geral da RepúblicaDesde 1988, é a quarta vez que um interino assume o órgão. Isso já ocorreu nas seguintes ocasiões: em 2009, Deborah Duprat atuou de forma provisória, por 22 dias, antes de Roberto Gurgel ingressar no posto; em 2013, foi a vez de Helenita Acioli, que ficou cerca de um mês à frente da PGR, antes de Rodrigo Janot, o sucessor de Gurgel, assumir. em 2019, Alcides Martins esteve na chefia da PGR até que Augusto Aras entrasse na vaga. TrâmiteO processo de indicação e nomeação do procurador-geral da República é previsto na Constituição e envolve a participação do presidente da República e do Senado Federal. O mandato é de dois anos e é possível a recondução. O procurador-geral da República é o chefe do Ministério Público da União, instituição que atua na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e de direitos individuais. Neste contexto, cabe ao MP participar de processos em trâmite na Justiça, em maior ou menor grau, a depender do caso. A escolha do nome é estratégica porque o PGR é a autoridade atua em processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal Superior Eleitoral. Cabe a ele, por exemplo, propor investigações e processos contra autoridades com foro privilegiado - presidente da República, parlamentares, governadores.Subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva RamosMPF/ReproduçãoElizeta RamosNascida no Rio de Janeiro em 1954, Elizeta Ramos é formada em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Gama Filho.Segundo o site do MPF, ela ingressou na carreira do Ministério Público em 13 de dezembro de 1989, quando foi nomeada para o cargo de Procuradora da República.Ao longo de sua carreira:atuou nas procuradorias da República no Espírito Santo e no Distrito Federal;teve atuação em processos nas áreas de meio ambiente e direito do consumidor;já foi integrante do Conselho Nacional Antidrogas e do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública.