Banner 1 728x90

Lula diz lamentar demissão de mulheres no governo e rejeição pelo Senado de indicado para DPU

.

Por G1 em 27/10/2023 às 14:38:42
Presidente disse ter 'disposição política' para aumentar participação feminina no governo, mas que partidos não tinham nomes para indicar. Quanto à rejeição de Igor Roque para DPU, afirmou que 'possivelmente' tem culpa, por não ter atuado diretamente na articulação. Presidente Lula em conversa com jornalistas em 27 de outubro de 2023

TV Globo/Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta sexta-feira (27) a rejeição, pelo Senado, do nome de Igor Roque para comandar a Defensoria Pública da União (DPU). A nomeação foi reprovada em plenário, com 38 votos contrários, 35 votos favoráveis e uma abstenção.

Lula também disse lamentar "profundamente" a perda de espaço de mulheres no governo. Nos últimos meses, Ana Moser deixou a chefia do Ministério dos Esportes e Rita Serrano foi demitida da presidência da Caixa Econômica Federal. Em ambos os casos, foram substituídas por homens.

As declarações foram em café da manhã, no Palácio do Planalto, com jornalistas que participam da cobertura diária da Presidência da República.

Quanto à rejeição de Igor Roque na DPU, o presidente afirmou que não conseguiu articular a aprovação do nome porque estava em recuperação das cirurgias que fez em setembro.

"O fato de eles não terem aprovado o Igor para a Defensoria Pública, possivelmente eu tenha culpa. Porque eu estava hospitalizado, não pude conversar com ninguém a respeito dele. Não pude sequer avaliar se ele fosse ser votado ou não. Lamento profundamente. Não sei com quantos senadores ele conversou. Não sei se ele conversou com os líderes do governo", disse.

"Mas eu estou dizendo para vocês que possivelmente eu tenha culpa, de ter sido internado dia 29, e não ter falado com nenhum senador a respeito dele. E quando a gente indica alguém, a gente avalia muito o momento da votação, para saber se vai aprovar ou não. E tinha 74 votos no quórum. O nosso pessoal achou que ia ser tranquilo e não foi tranquilo. Paciência. Eu vou ter que indicar um outro", continuou.

"Eu vou ter que ter mais cuidado de conversar com quem vota, que não sou eu, é senador da República."

Após a rejeição da indicação, nos bastidores, um governista classificou a derrota como um "recado" da oposição. De acordo com o senador, os parlamentares estão insatisfeitos, por exemplo, com o veto do presidente Lula ao marco temporal.

Senadores da oposição relacionaram Igor Roque a um evento realizado em setembro pelo órgão sobre saúde da mulher, em que foi discutido o aborto.

Desde então, segundo membros da equipe do governo, bolsonaristas vinham fazendo campanha contra a indicação dele.

Demissão de mulheres

Sobre as demissões de mulheres no governo, Lula disse que tem "disposição política" para incluí-las em mais cargos. No entanto, afirmou que, nos casos recentes, os partidos que escolheram os nomes não tinham mulheres para indicar.

"Eu, às vezes, lamento profundamente não poder indicar mais mulheres do que homens no governo. Acontece que quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não possa no governo tirar homens e colocar mulheres. Eu ainda posso trocar muita gente, só estou com 10 meses de mandato", disse.

"Eu posso ter uma maioria de mulheres, não tem problema. Apenas a circunstância da indicação do cargo, é que o partido não tinha mulher pra indicar. E se bem que eu pedi, pra fazer um esforço pra indicar mulher", continuou.

Lula afirmou ainda que quer fortalecer no governo "a ideia de que a mulher veio para a política para ficar", e disse ter certeza de que "ainda vai ter mais mulher no governo, em outros cargos".

Negociações com o Congresso

Lula também voltou a comentar as negociações com o Congresso, com a entrega de cargos para garantir apoio às propostas do governo. O presidente disse que o governo precisa mais dos parlamentares que o oposto, e que é preciso ter "humildade".

O petista afirmou que não negocia com o Centrão, mas com partidos. "Vocês nunca me viram fazer reunião com o Centrão. Eu faço conversa com partidos políticos que estão aí legalizados, que elegeram bancadas. E que portanto, é com eles que eu tenho que conversar para estabelecer um acordo que eu tenho que fazer. Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos."

"Acho que é direito deles divergir do governo e [indicar] que eles gostariam de ter um espaço no governo. [...] A gente não vive só de aplausos. A gente não vive só de coisas boas que a gente quer", disse.
Comunicar erro

Comentários