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Lula questiona se o PT fala o que o povo quer ouvir e defende aproximação com evangĂ©licos

Presidente discursou em evento do partido que discute a estratégia eleitoral para o ano que vem.

Por G1 em 08/12/2023 às 21:49:37
Foto: Reprodução internet

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Presidente discursou em evento do partido que discute a estratégia eleitoral para o ano que vem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso na noite desta sexta-feira (8) em um evento do PT sobre as eleições municipais do ano que vem. Lula questionou seus colegas de partido se o PT está falando "o que o povo quer ouvir". O presidente também defendeu aproximação com os evangélicos.

Lula começou fazendo uma defesa da democracia. Em seguida, passou a abordar as estratégias eleitorais do PT. Para o presidente, é preciso que o partido não perca de vista a necessidade de dialogar com o povo.

"Nós temos que nos perguntar por que que um partido que, muitas vezes no discurso pensa que tem toda a verdade do planeta, só conseguiu eleger 70 deputados? Por que tão pouco se a gente é tão bom? Por que tão pouco se a gente acha que a gente poderia ter muito mais? É preciso que a gente tente encontrar resposta dentro de nós. Será que nós estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Será que nós estamos tendo competência para convencer o povo das nossas verdades?"

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Para o presidente, o PT tem que aprender a conversar com os evangélicos, por exemplo. Esse setor da população costuma votar em candidatos conservadores, geralmente adversários do PT.

"Ou será que temos que aprender com o povo como é que a gente fala com ele? Como é que a gente vai chegar nos evangélicos, companheira [deputada] Benedita? Se fosse fácil, colocava você, que é a mais linda evangélica deste país para resolver os nossos problemas, mas não é você. Não é individualmente um problema de uma pessoa. É uma narrativa que temos que aprender para conversar com essa gente", afirmou Lula.

O presidente seguiu falando dos evangélicos.

"Gente trabalhadora, gente de bem, gente que muitas vezes agradece à igreja por ter tirado o marido da cachaça para cuidar da família", completou.

Em outro momento do discurso, Lula citou outro setor que dá votos mais para os rivais do que para o PT: o agronegócio. Para o presidente, o campo nunca recebeu mais dinheiro para investimentos do que nos governos petistas.

"O agronegócio, que votou majoritariamente contra nós, nunca recebeu a quantidade de dinheiro que recebeu neste plano safra que fizemos agora. E vamos fazer mais. Não queremos fazer para eles. Queremos fazer pelo país", argumentou Lula.

Disputa de 2024

Para Lula, as eleições municipais do ano que vem -- quando os brasileiros vão escolher prefeitos e vereadores -- vai refletir a polarização na disputa presidencial de 2022. Lula ressaltou que, nesse contexto, o PT e aliados devem defender a democracia "sem medo".

"Eu, sinceramente, acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno, vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no município. E vocês sabem que não pode aceitar provocação, não pode ficar com medo, não pode ficar com vergonha, não pode ficar com o rabo no meio das pernas. Vocês sabem que um cachorro quando late para gente, a gente não baixa a cabeça. A gente late também. Para ele fica com medo da gente. A gente vai ter que mostrar que nós queremos exercitar a democracia, vamos fazer as eleições mais competitivas possíveis, mas a gente não vai ter medo de ninguém", declarou Lula.

Entraves para acordo com a União Europeia

O presidente voltou nesta semana de um giro de viagens oficiais pelo Oriente Médio e pela Alemanha. Um dos principais temas discutidos por Lula foi o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia.

Lula quer logo a conclusão do acordo, que tem esbarrado em algumas oposições de países europeus, principalmente da França. Uma exigência dos europeus que não é aceita pelo Brasil são as limitações para as compras governamentais.

No discurso desta sexta, Lula explicou que as compras do governo são essenciais para o plano dele de dinamizar a indústria nacional.

"Por isso não fizemos acordo com a União Europeia. A gente não quer ceder em compras governamentais", contou Lula.

"Vamos voltar a fazer navio e vamos exigir pelo menos 65% de conteúdo nacional nas coisas fabricadas para gerar emprego aqui dentro", completou.
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