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Senado aprova MP que muda regras de descontos do ICMS para aumentar arrecadação federal

Governo pretende aumentar a arrecadação em R$ 35 bilhões no ano que vem.

Por G1 em 20/12/2023 às 19:21:36
Foto: Reprodução internet

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Governo pretende aumentar a arrecadação em R$ 35 bilhões no ano que vem. Medida faz parte do pacote do Ministério da Fazenda para melhorar as contas públicas. O Senado aprovou nesta quarta-feira (20) a medida provisória (MP) que altera de tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Os governos concedem esses incentivos a fim de manter empregos e empresas nos seus estados.

As empresas não poderão mais pagar com o excedente despesas de custeio (como salários dos empregados), como fazem hoje.

Pelo texto, o valor que sobrar para as empresas, por conta dos incentivos, só vai ficar livre dos impostos federais se usado para investimentos.

Câmara aprova MP que altera regras de tributação de incentivos fiscais concedidos por estados

A MP é das grandes apostas da equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para aumentar a arrecadação. A Fazenda previa um aumento de R$ 35 bilhões. Como o texto foi alterado pelos parlamentares, este valor pode ser reduzido.

A medida provisória está em vigor desde a data da sua publicação, em agosto. Mas, para virar lei em definitivo, precisava receber o aval do Congresso. Agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, governos estaduais concedem benefícios de ICMS na tentativa de atrair empresas para seu território — o que eleva a arrecadação nos anos seguintes, mesmo com o desconto.

Porém, para o governo federal, a prática não é vantajosa. Isso porque, na hora de calcular os impostos federais, as empresas não consideram o valor extra que ganharam a partir do desconto no ICMS, ou seja, do que deixaram de pagar de tributo estadual.

Então, os incentivos fiscais do ICMS reduzem, na prática, a arrecadação que o governo federal teria, por exemplo, com IRPJ (Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e PIS/Cofins.

Haddad

Antes da votação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que um "ruído indevido", "promovido não sei por quem", impediu a votação do texto nesta terça-feira no Senado Federal. "Que contaminou o ambiente, como se estivéssemos querendo rever uma coisa", disse ele.

Haddad esclareceu que os chamados "créditos presumidos" terão desconto de 100% no estoque devido, ou seja, não serão cobrados.

"O problema nosso é que eles fizeram erro de intepretação. Que não aconteceu na Câmara. E veio alguém aqui e falou uma coisa que não procede. Ninguém está questionando o credito presumido do passado, isso está acertado", declarou.
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