Banner 1 728x90

Ana Frango Elétrico é a cara da geração Z e seduz com músicas doidas, nostálgicas e autênticas

.

Por G1 em 11/01/2024 às 04:17:30
Em entrevista ao g1, artista diz que, hoje, produziria Bala Desejo de forma diferente. Nesta semana, g1 faz série de reportagens com apostas para 2024. Um dos discos brasileiros mais elogiados do ano passado,"Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua" pertence a Ana Frango Elétrico, nome que, desde 2020, vem despontando na cena dita alternativa e, agora, está cada vez mais famoso.

Nesta semana, o g1 faz uma série de reportagens com as apostas musicais para 2024. De diva do tecnomelody a novidades do sertanejo e funk, conheça artistas prontos para estourar.

Em entrevista ao g1, a artista, de 26 anos, explica que Ana Frango Elétrico é quase um anagrama de Ana Faria Fainguelernt, seu nome de origem.

Ana Frango Elétrico

Divulgação

Não sabe dizer, porém, como surgiu a brincadeira. Se foi ideia de sua irmã, seu avô, ou dela própria. Lembra apenas que, anos atrás, pichava a tag com o desenho de um galo, inspirada por um personagem do poeta Salgado Maranhão.

Era uma época em que estava, afirma ela, contagiada por "Clara Crocodilo", de Arrigo Barnabé, uma das obras mais comentadas da chamada vanguarda paulista. Ou seja, um incentivo a mais para animalizar a si mesma.

"Mais do que cantora, ou compositora, eu me considero artista. A música é ciumenta e foi me puxando para ela, mas sou artista no sentido de ser poeta, desenhar, pintar, ter um trabalho gráfico", afirma Ana.

Frango plástico

Conhecida mais pelo lado musical, ela começou a carreira nas artes plásticas e, hoje, une as veias sonora e visual num só trabalho.

Por exemplo, a capa de "Mormaço Queima", primeiro álbum de Ana, é estampada por um autorretrato da artista. Lançado em 2018, o disco rendeu seu primeiro videoclipe, "Roxo", que mostra ela andando entre várias de suas pinturas.

Ana Frango Elétrico no clipe de 'Roxo'

Reprodução/YouTube

"Mormaço Queima" é, nas palavras dela, um disco de músicas meio doidas. E sim, é mesmo. Com faixas brisadas, o álbum mescla rock e maracatu e traz letras que transformam situações cotidianas — como, por exemplo, pedir um McLanche Feliz sem picles — em cenas filosóficas.

Ela define o álbum como uma era experimental de sua carreira. Depois, veio a fase que a cantora chama de "pesquisa sonora". Nela, se debruçou em sons que vão de Nora Ney a Blossom Dearie e lançou "Little Electric Chicken Heart", seu segundo disco, de 2019.

Embalado em arranjos bem instrumentais — tem até faixa sem vocal —, o disco traz elementos de jazz, bossa e samba.

Frango produtor

Três anos depois, a artista co-produziu o álbum "Sim, Sim, Sim", do grupo carioca Bala Desejo, que surgiu na pandemia e, no fim do ano passado, anunciou rompimento.

A banda virou uma espécie de meme, com muita gente por aí associando os músicos ao conceito de "esquerda caviar", termo que debocha da figura do esquerdista rico. Também não foram poucos os comentários que deram a entender que os artistas tentaram ser uma cópia do Brasil dos anos de 1970, marcado por lendas como Caetano Veloso e Novos Baianos.

Para Ana, as piadas que caçoam as referências setentistas do Bala Desejo não têm a ver exatamente com as músicas da banda, mas sim com performance. "É muito mais esteticamente do que musicalmente", diz ela.

Para explicar o raciocínio, ela compara "Sim Sim Sim" à sua carreira solo. "Para mim, é importante esse lugar do esteticamente novo. Independente de eu, musicalmente, ter idolatria e paixão por várias [referências como a] Tropicália."

"Musicalmente, acho muito interessante o Bala, mas é um disco que [como co-produtora] eu gostaria de ter dado mais ênfase a vozes do que outras coisas. Se eu pudesse voltar atrás e bater o pé, eu faria", diz ela.

"Sim, Sim, Sim" deu a Ana seu primeiro prêmio internacional, o Grammy Latino, na categoria de melhor álbum pop em português de 2022.

Frango da geração Z

No ano seguinte, foi a vez de a cantora lançar o primeiro disco que, segundo ela, lhe traduz, de fato.

Com dez faixas, "Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua" deu a Ana um destaque promissor, que deve desabrochar ainda mais em 2024.

"Esse disco é tão doido", afirma a artista. "É meio tudo que ouvi de bagagem musical. Tem um DNA muito profundo de 'Thriller', do Michael Jackson, e Jorge Ben, mas também tem umas coisas de Sarah Vaughan, Madonna, Prince..."

São arranjos que ora formam uma pista do pop dos anos de 1980 e ora convidam para um passeio intimista ao som de flauta.

O álbum tem letras que refletem fluidez de gênero, amores que escapam da heterossexualidade, pronome neutro e uma vida sem rótulos.

Fonte: G1

Comunicar erro

Comentários