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Gilmar Mendes defende mais debate sobre PEC que cria mandatos para ministros do STF: 'Não esperamos que seja votada'

Proposta a respeito do tema está travada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Por G1 em 07/02/2024 às 11:40:38
Foto: Reprodução internet

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Proposta a respeito do tema está travada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Presidente da Casa defendeu votação nos últimos dias. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (7) que a Corte não espera que o Senado vote uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria mandatos para ministros do STF. Gilmar defendeu que, antes da análise, o texto deve ser mais debatido.

A fala do decano do Supremo ocorreu na esteira de declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em defesa da votação da proposta neste ano.

"Nós não esperamos que seja votada uma matéria dessa forma, ou, pelo menos, que isso mereça uma discussão muito mais refletiva. Nós vamos conversar", disse Gilmar Mendes.

A proposta que cria mandato fixo para ministros da Corte está travada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto, apresentado pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), estabelece um mandato de oito anos para os magistrados, sem direito à recondução.

A PEC também eleva a idade mínima exigida para membros da Corte para 55 anos. Atualmente, podem ocupar uma vaga no STF brasileiros com idade entre 35 e 70 anos. Ainda pela regra atual, os ministros têm mandato vitalício, com aposentadoria compulsória aos 75 anos.

Nos últimos dias, o presidente do Senado defendeu da proposta, a despeito de críticas de membros da Corte.

Pacheco: É nosso dever manter postura de equilíbrio

Em discurso na abertura dos trabalhos no Congresso, Rodrigo Pacheco mencionou o texto como uma pauta para combater "privilégios".

"Também combateremos privilégios e discutiremos temas muito relevantes, como decisões judiciais monocráticas, mandatos de ministros do Supremo Tribunal Federal e reestruturação de carreiras jurídicas, considerando as especificidades e a dedicação exclusiva inerentes ao Poder Judiciário", disse na última segunda (5).

Pacheco voltou a falar da proposta durante a primeira sessão deliberativa do Senado, nesta terça (6), ao relembrar a aprovação de um texto que restringe decisões individuais de ministros do STF.

"Outra medida que propusemos no colégio de líderes e que também foi aceita – não por unanimidade, mas pela maioria – para ser deliberada na Comissão de Constituição e Justiça, é a que define mandatos da limitação do tempo de permanência dos ministros do STF. É uma medida absolutamente honesta, sob o ponto de vista da discussão, defendida por inúmeros juristas, inclusive muitos ex-ministros do Supremo que defenderam essa tese", afirmou o senador.

Além do patrocínio de Pacheco, a proposta tem apoio de membros da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara e no Senado. O grupo tem tratado o texto como uma das prioridades de sua agenda no Congresso ao longo de 2024.
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