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Brasil adere a iniciativa global que valoriza atividades de cuidado, mais exercidas por mulheres

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Por G1 em 29/02/2024 às 12:02:24
Aliança Global Pelo Cuidado propõe debates e medidas para redução de desigualdades laborais. Iniciativa foi desenvolvida por instituto mexicano em parceria com a ONU Mulheres. A secretária do Ministério do Desenvolvimento Social Lais Abramo discursa em evento da Aliança Global Pelo Cuidado

Lyon Santos/MDS

O governo brasileiro aderiu nesta semana à Aliança Global Pelo Cuidado – iniciativa do Instituto Nacional das Mulheres do México (Inmujeres) em parceria com a ONU Mulheres, braço da Organização das Nações Unidas.

A adesão brasileira ocorreu na última terça-feira (27) por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

A aliança busca diminuir as desigualdades no papel de cuidar, historicamente mais exercido por mulheres.

O conceito de cuidado é amplo, abarca desde o trabalho remunerado, como o de enfermagem e educação infantil, quanto o não remunerado, como o pessoas que cuidam de crianças e idosos no próprio lar.

A aliança foi criada em 2021 e é formada agora por 18 países. A ideia é que o organismo sirva para intercâmbio e debates de boas práticas entre governos, sociedade civil, e organizações filantrópicas, por exemplo.

O objetivo é o desenvolvimento de iniciativas para diminuir as desigualdades no trabalho de cuidado, que ainda sobrecarrega proporcionalmente mais mulheres.

Pesquisas apontam que, historicamente, a responsabilidade do cuidado recai sobre as mulheres e, principalmente, sobre mulheres negras.

O trabalho do cuidado, muitas vezes, precisa ser equilibrado com a atuação no mercado de trabalho e o trabalho doméstico, ampliando o processo de sobrecarga.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 mostram que mulheres dedicaram 9,6 horas por semana a mais do que homens nos afazeres domésticos ou de cuidado de pessoas.

Uma pesquisa da ONU Mulheres também mostrou que esses impactos são maiores em países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África.

O assunto foi tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023. Os estudantes tiveram de escrever sobre os "desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".

Pesquisadora comenta sobre o tema da redação do Enem
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