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Secretário de Atenção Especializada à Saúde é exonerado após denúncia sobre hospitais federais do RJ

Helvécio Miranda Magalhães Júnior Apadrinhamentos e nomeações sem critérios técnicos reforçam precarização da rede federal de hospitais do RioO governo federal exonerou Helvécio Miranda Magalhães Júnior, que ocupava o cargo de secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.

Por G1 em 19/03/2024 às 02:46:29
Foto: Reprodução internet

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Helvécio Miranda Magalhães Júnior Apadrinhamentos e nomeações sem critérios técnicos reforçam precarização da rede federal de hospitais do Rio

O governo federal exonerou Helvécio Miranda Magalhães Júnior, que ocupava o cargo de secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde. A portaria com a exoneração foi publicada na madrugada desta terça-feira (19).

Helvécio foi citado em uma reportagem do Fantástico que mostrou a precariedade de atendimento na rede de hospitais federais do Rio de Janeiro, além do envolvimento de apadrinhados políticos em denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção.

O secretário exonerado é médico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele já esteve à frente das secretarias de Saúde e de Planejamento, Orçamento e Informação de Belo Horizonte.

Helvécio também já foi presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e fez parte da equipe da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde entre 2011 e 2014.

Apadrinhamento político

A reportagem verificou uma lista de denúncias sobre loteamento de cargos públicos em hospitais da rede federal. Esses cargos são disputados por grupos políticos, que indicam nomes para as funções.

Em muitos casos, esses apadrinhados estão sendo investigados por denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção. O Fantástico mostrou que um dos casos envolve Helvécio Magalhães.

No começo de março, a dona de uma empresa chamada Potenza, do ramo da construção civil, usou o nome dele para entrar em um dos hospitais federais, o de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio

Imagens de câmeras de segurança mostram Grasielle Esposito circulando pela unidade no dia 8 de março. Uma ata registrou uma declaração de Grasielle dizendo que teria sido enviada ao hospital po Helvécio como consultora, para avaliar as condições da estrutura de energia e tratar da reabertura da emergência da unidade.

A ala está fechada há mais de 3 anos, justamente pela incapacidade da rede elétrica do hospital de supri-la com segurança.

Na quarta-feira (13), Grasielle voltou ao hospital e participou de uma reunião ao qual o Fantástico teve acesso. Nela, citou novamente Helvécio, dizendo que ele havia pedido para que fosse feito um estudo sobre o status de conservação dos hospitais federais, com ciência da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Em entrevista, Grasielle negou que ocupe cargo público atualmente. Perguntada sobre a reunião, ela reforçou que não foi como empresa, mas como pessoa física.

Grasielle Esposito já conhecia Helvécio Magalhães há anos. Em 2016, quando ele era secretário estadual de planejamento e gestão de Minas Gerais, nomeou Grasielle para supervisionar a sede administrativa do governo mineiro.

Em nota, Helvécio confirmou que a enviou ao Hospital Federal de Bonsucesso e alegou que ela passava por processo de contratação como consultora da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. E que a visita ocorreu devido à urgência das condições do hospital. O secretário não respondeu à pergunta sobre a visita ter acontecido sem Grasielle ter qualquer vínculo com o Ministério da Saúde.

Funcionários do hospital denunciaram o caso ao Ministério Público Federal. A ministra da Saúde disse que vai mandar que o fato seja apurado.
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