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'Poderia fazer uma turnê para celebrar 20 anos de banda, mas não estou pronto para isso', diz líder do Kings of Leon

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Por G1 em 19/03/2024 às 10:50:24
Banda substitui o Paramore no Lollapalooza neste sábado (23). Em entrevista ao g1, o cantor fala do novo trabalho, 20 anos da banda e da busca por hobbies. Em "Mustang", novo single de Kings of Leon, o grupo provoca: você é um Mustang (que pode ser o nome do carro ou a raça de um cavalo, ambos indicando potência) ou um gatinho? A partir daí, eles incentivam a galera a sair e aproveitar o mundo.

A música faz parte de "Can we please have fun" (algo como 'será que já podemos nos divertir' em português), nono álbum dos caras, previsto para ser lançado em maio.

Apesar deste primeiro single estimular o clima da busca pela diversão - o que inclui ir a um estacionamento e chutar latas de lixo (por favor, não faça isso) -, Caleb Followill, o líder da banda, se mostra mais cuidadoso do que nunca e declara a sua necessidade de ir atrás de novos hobbies para se distrair.

G1 no Lollapalooza 2024: entrevista com Caleb Followill, vocalista do Kings of Leon

"Eu preciso curtir mais a estrada e porque eu curto os shows", diz Caleb em entrevista ao g1. "Preciso encontrar algum hobby divertido, talvez algo um pouquinho perigoso ou algo assim. Eu meio que estou bem cauteloso."

Ao ser perguntado se ele próprio se sente mais como um Mustang ou um gatinho, ele até hesita, mas confessa: no momento, está mais para um gatinho.

Kings of Leon

Divulgação

Com 20 anos de estrada, Caleb teve altos e baixos: enfrentou a dependência de álcool e brigas com os outros integrantes, que quase levaram ao fim da banda. Mais comedido, ele demonstra que esse tempo ficou mesmo para trás.

Aliás, relembrar glórias passadas não está nos planos, ainda. E por isso, a ideia de um novo álbum.

"Bem, 20 anos… A gente poderia ter meio que celebrado o passado e o que fizemos e fazer uma turnê sobre isso, tipo, olhar para as nossas conquistas. Mas eu não estava muito pronto para isso", diz.

O trabalho tem como produtor Kid Harpoon, que também produziu "Flowers", de Miley Cyrus, e o álbum "Harry's House", de Harry Styles. Ou seja, um cara com três Grammys recentes na estante.

"Senti que estava em um lugar onde realmente tinha muitas coisas que eu queria dizer e, nós, como banda, queríamos dizer. Então, fomos lá e fizemos um álbum."

Caleb Followill, Nathan Followill, Matthew Followill e Jared Followill, da banda Kings Of Leon, no Grammy 2022

Amy Sussman / Getty Images via AFP

A banda retorna ao Lollapalooza, no sábado (23), segundo dia de festival, substituindo o Paramore. Seguindo as últimas apresentações, eles devem continuar com um repertório baseado nos sucessos mais antigos, em especial, hits do álbum "Only by the night", de 2008.

Leia a entrevista completa com Caleb abaixo:

g1 - Kings of Leon vai lançar um novo disco, "Can we please have fun". O que a gente pode esperar deste novo trabalho?

Caleb Followill - Muito. Tem muita coisa acontecendo com músicas novas. Foi um álbum muito divertido de fazer. Eu me diverti muito com tudo. Eu curti muito o processo de composição.

Só de estar com os caras... E meio que a gente estava com uma mentalidade de 'nós versus o mundo' rolando. Nós estávamos realmente focados e compor era a chave. A gente tinha grandes objetivos para nós mesmos.

Caleb Followill canta no show do Kings of Leon no Lollapalooza 2019

Fábio Tito/G1

Então, quando você ouve as músicas… Tem muito desses momentos no álbum que me orgulho muito. E eu estive por trás de cada canção, e, sabe, este é o primeiro álbum que fizemos em muito tempo em que toquei todas as músicas de verdade, todo o tempo, no meu violão, de tanto eu amei de verdade muito essas músicas.

g1 - Este é um novo álbum, com nova gravadora, novo produtor. Podemos dizer que é uma nova era para Kings of Leon?

Caleb Followill - Sim, acho que é. É o tipo de sensação do começo de alguma coisa. Estamos em um ponto onde…

Bem, 20 anos, sabe? A gente poderia ter meio que celebrado o passado e o que fizemos e fazer uma turnê sobre isso, tipo, olhar para as nossas conquistas. Mas eu não estou muito pronto para isso.

Senti que estava em um lugar onde eu realmente tinha muitas coisas que eu queria dizer e, nós, como banda, queríamos dizer. Então, fomos lá e fizemos um álbum.

Tudo sobre o álbum parecia como se estivéssemos prestes a ter um momento. Até mesmo quando as músicas estavam sendo escritas. Nós apenas nos olhamos e concordamos que todos nós íamos nos concentrar totalmente, nos dedicar e que íamos ver como era realmente se comprometer com algo.

Sim, eu sei, parece muito louco. Mas é interessante.

g1 - Você pareceu agora muito introspectivo, reflexivo, e isso é uma das características do último álbum "When you see yourself" (2021). Me parece, julgando pelo primeiro single, "Mustang"… Eu não sinto a mesma vibe, é mais uma vibe de festa. Eu queria saber se eu estou correta e que mensagem este trabalho vai trazer para a gente.

Caleb Followill - Sabe, eu senti que a gente tinha uma responsabilidade real nesta oportunidade nossa de usar a nossa experiência e tudo que nós aprendemos pelo caminho e realmente transformar isso tudo em música.

E fazendo isso, a gente se divertiu. A gente se divertiu tanto que não queríamos parar.

A banda Kings of Leon

Divulgação/Sony Music

Digo, até o último segundo no estúdio, eu estava, tipo, 'hey, tenho outra música', 'vamos tentar fazer mais uma'. E isso se ouve na música. Sabe, quando você ouve a música e soa como nós estamos todos entusiasmados com a inspiração.

E, sabe, isso ainda está acontecendo. Digo, ainda estou escrevendo canções, e nós ainda estamos, tipo, entusiasmados em cair na estrada e mostrar para as pessoas o que estávamos fazendo.

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g1 - O primeiro álbum de vocês, "Youth and Young Methood", foi lançado há duas décadas. O que mudou na banda? Vocês se sentem mais maduros e como isso influenciou o trabalho de Kings of Leon?

Caleb Followill - Sim, sim, eu sinto que definitivamente a gente amadureceu. Sabe, eu sinto que uma vez que você, tipo, passa por altos e baixos na carreira, como passamos, você realmente tem que amadurecer, aprender com isso. Vai entender que para manter o nível alto de qualidade, você tem que, eu não sei...

Eu sinto que você tem que aprender como fazer o melhor. Você tem que tratar o outro bem, tem que, eu não sei, eu acho que, com a idade, tentar ser menos egoísta e apenas tentar entender isso ou o que é isso, o que é uma ótima oportunidade em sabe, estou fazendo isso com pessoas que eu amo. Eu estou fazendo o que eu amo.

Matthew e Caleb Followill tocam no show do Kings of Leon no Lollapalooza 2019

Fábio Tito/G1

Então, sinto que você apenas tem que tentar encontrar maneiras para estar certo. Como podemos fazer isso durar o máximo possível, sabe? Como podemos nos manter inspirados por isso? Como a gente consegue curtir o processo? E isso vem com a maturidade.

g1 - Como você se diverte hoje em dia?

Caleb Followill - Um bom livro, uma boa lareira. Eu definitivamente não sou a pessoa certa para isso. Eu não sei. Essa é uma coisa que eu preciso fazer: preciso curtir mais a estrada, porque eu curto os shows.

E, então, eu, tipo, estou no hotel, sabe? Eu curto o hotel, sabe? Ir para a academia, se eles tiverem um spa, é divertido. Eu não sei, cara. Eu realmente sinto que é isso que eu preciso fazer. Eu preciso encontrar algum hobby divertido, talvez algo um pouquinho perigoso ou algo assim. Eu meio que estou bem cauteloso.

g1 - Eu perguntei isso porque uns anos atrás, em uma entrevista aqui para o g1, você disse que, quando esteve aqui no Brasil, você acordou com duas tatuagens no peito. E isso porque foi divertido. Eu queria saber como você espera se divertir aqui no Brasil? Faria outra tatuagem?

Caleb Followill - Sem tatuagens, isso não é mais legal para mim. Eu não sei, temos fãs matadores na América do Sul, e estamos tão animados de voltar e poder tocar e fazer shows, sabe? Este é um momento bom para mim, então mal posso esperar para fazer isso.

Kings of Leon em 2016

Divulgação/Perfil Facebook

Eu não sei, cara, qualquer coisa que as pessoas estão fazendo esses dias, estou disposto a tentar algumas coisas e me divertir um pouco. Mas sem tatuagens.

g1 - E sobre o público. São 20 anos de estrada. Eu imagino que os fãs cresceram com vocês. Como vocês enxergam o público hoje? O show do Kings of Leon é um evento familiar ou tem mais jovens?

Caleb Followill - Isto é estranho, porque no começo da nossa carreira, eu senti que a nossa música tinha um som meio retrô. Então, desde o início da nossa carreira, a gente tinha pessoas mais velhas nos nossos shows. E eles traziam os filhos, que traziam os filhos. Então, isso é um efeito cascata, mas sempre surpreendente, sabe?

Quando a gente realmente sai e vê quantos novos fãs existem, eu acho que esse é um dos nossos objetivos como artista, sem, obviamente, tentar aderir a uma tendência ou algo assim.

Caleb Followill durante o show da banda norte-americana Kings of Leon, em 2016

Flavio Moraes/G1

Você quer mostrar um produto que vai atrair novo público, então, eu sinto que você pode pensar demais e achar que tem a fórmula para isso, mas realmente, o único jeito de atrair pessoas novas é fazendo uma coisa real, que seja real, que inspira e vem do coração. E quando você faz isso, as pessoas sentem e é isso que vai trazer pessoas novas.

Não existe fórmula. Qualquer banda que falar para você que consegue escrever um milhão de hits, eles estão apenas escrevendo e fazendo música de merda. Eu acho.

g1 - Eu tenho uma última pergunta agora, sobre o single. Hoje como você se sente: um Mustang ou um gatinho?

Caleb Followill - Neste momento? Um pouco como um gatinho mesmo.

Fonte: G1

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