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Os três motivos que levaram à prisão do delator Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid, que havia fechado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal sobre temas relacionados ao período em que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (22) por três motivos:gravação de áudio possibilitando a divulgação pelas redes sociais de acusações contra a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal;descumprimento do dever de manter em sigilo a delação, comentando em áudios temas em relação a ela; eobstrução à Justiça por criar embaraço a investigação criminal.

Por G1 em 22/03/2024 às 16:21:32
Foto: Reprodução internet

Foto: Reprodução internet

O tenente-coronel Mauro Cid, que havia fechado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal sobre temas relacionados ao período em que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (22) por três motivos:

gravação de áudio possibilitando a divulgação pelas redes sociais de acusações contra a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal;

descumprimento do dever de manter em sigilo a delação, comentando em áudios temas em relação a ela; e

obstrução à Justiça por criar embaraço a investigação criminal.

Cid deixa o STF após depor sobre áudios vazados

O tenente-coronel foi chamado para uma audiência hoje com o juiz instrutor do processo do gabinete do ministro do STF. Na audiência, Mauro Cid afirmou que mantinha os termos e o conteúdo da delação.

O depoimento foi convocado após reportagem da revista Veja com áudios em que Mauro Cid critica o ministro Alexandre de Moraes e a PF, dizendo que assuntos que não foram ditos por ele estariam constando da delação.

Mesmo assim, a pedido da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes decidiu decretar a prisão preventiva do ex-ajudante de ordens.

Segundo investigadores, o comportamento de Mauro Cid coloca em risco a sua delação, com a qual ganharia benefícios na redução de penas e evitando que familiares, como sua mulher e pai, fossem punidos na ação no STF.

Delação pode ser anulada

Segundo o STF, a delação de Mauro Cid ainda está sob análise e pode ser confirmada ou anulada. Se for anulada, os termos da delação não perdem eficácia, já que ela foi o ponto de partida de investigações da PF, que confirmaram dados relatados pelo ex-ajudante de ordens e foram reforçadas pelos depoimentos dos ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica brigadeiro Baptista Junior. Os dois militares confirmaram reunião com ex-presidente, relatada por Mauro Cid, na qual eles foram apresentados a uma minuta do golpe.

Agora, a Polícia Federal vai investigar também as circunstância do vazamento dos áudios divulgados pela revista Veja. A PF quer saber se Mauro Cid participou de uma operação para tirar a credibilidade das investigações e anulá-las na Justiça e quem teria colaborado com ele na estratégia.

Um dos pontos de partida será a revelação do nome com quem Mauro Cid estava conversando. Investigadores acreditam se tratar de um apoiador do ex-presidente, escalado para fazer uma operação para desacreditar as investigações que passaram a colocar o ex-presidente no centro do inquérito sobre uma trama golpista durante seu governo.
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