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Influenciadores de finanças: veja como escolher os melhores e como confiar neles

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Por G1 em 20/05/2024 às 05:18:21
Episódio do podcast Educação Financeira discutiu as melhores práticas para que o investidor não confunda recomendação com publicidade e não erre ao seguir as sugestões de um 'finfluencer'. Conforme a Ambima, o Brasil tem 534 influenciadores de finanças

DC Studio/Freepik

Jogo do Tigrinho, rifas online ou investimentos milagrosos. Quando se vê um influenciador de finanças divulgando formas muito fáceis de ganhar dinheiro, é melhor desconfiar.

Para mitigar o impacto dos falsos "finfluencers" — como se chamam os produtores de conteúdo do setor — , a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançaram, em setembro de 2023, normas para a contratação de criadores de conteúdo por instituições financeiras.

Com a regulamentação, os finfluencers são obrigados, por exemplo, a informar em suas redes sociais caso façam uma publicação patrocinada.

Além disso, as entidades recomendam que criadores de conteúdo financeiro passem a tirar certificações de analistas de investimento, como a CEA (Certificação Anbima de Especialistas em Investimento) e o CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento).

Mas como saber se o influenciador é idôneo ou não?

O episódio do Educação Financeira desta semana entrevistou Amanda Brum, gerente executiva de Comunicação com Associados da Anbima, para dar dicas de como escolher um bom influenciador e o que observar para saber se o trabalho é bem feito.

Pelo lado dos influenciadores, o podcast convidou Eduardo Feldberg, do canal Primo Pobre, para contar sobre as melhores práticas que os criadores deveriam adotar para manter a confiança do público que atingem.

OUÇA O PODCAST ABAIXO:

Como desconfiar do influenciador de finanças

Para os especialistas ouvidos pelo g1, os investidores precisam adotar três regras:

Desconfiar de investimentos milagrosos, com rendimento alto em pouco tempo

Uma das promessas mais comuns é o famoso "aprenda a ganhar R$1 milhão em pouco tempo". A isca é o sonho de se tornar milionário.

Mas, em geral, uma rentabilidade que chegue na casa do milhão rapidamente não existe. Promessas como essa são sinônimos de golpe.

"Se a esmola é grande, o santo desconfia. Se você estiver seguindo um influenciador que está te prometendo mundos e fundos, acenda o sinal de alerta, busque entender quem é aquela pessoa que está falando com você", declara Amanda Brum, da Anbima.

Assim, é recomendado procurar o nome do influenciador na internet e verificar se ele é conhecido. Aprofundando um pouco, é bom ver se ele possui processos judiciais, número baixo de seguidores, ou se faz poucas postagens em suas redes sociais, por exemplo.

Há casos também de gente grande que dá golpe em seguidores. Lembre aqui o caso de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins.

Evitar quem anuncie jogos de azar

A planejadora financeira Carol Stange alerta que um bom influenciador não deve promover ou divulgar jogos de azar.

Os cassinos online e outros jogos pouco transparentes podem levar os seguidores a perdas significativas, além de serem contra os princípios éticos dos profissionais da educação financeira.

"Como influenciadores, temos a responsabilidade de orientar nossos seguidores na construção de uma vida financeira sólida e sustentável, baseada em princípios de planejamento, economia e investimento responsável", diz Carol.

"Eu considero que a divulgação de jogos de azar por influenciadores de finanças é inaceitável e contraproducente para o bem-estar financeiro da população", alega.

Além disso, a especialista afirma que as apostas não garantem nenhum retorno financeiro, onde as chances de sucesso são baixas e a "perda total do capital investido é um risco frequente". Pior ainda se o influenciador falar que o jogo pode ser uma "renda extra".

Preferir recomendações de quem possui certificação — tendo em mente que anúncio são publicitários

Certificados emitidos por instituições como a Anbima e a Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) permitem com que profissionais atuem no mercado financeiro.

A Anbima produz as principais certificações:

Certificado Profissional Anbima (CPA-10 e CPA-20): é obrigatória para funcionários de órgãos financeiros trabalharem na venda ou prospecção de produtos de investimento.

Certificado de Especialista em Investimento Anbima (CEA): Além de ganharem o selo CPA -10 e CPA -20, profissionais com CEA podem trabalhar como especialistas em investimentos.

Certificação de Gestores Anbima (CGA): Requisitada para pessoas que desejam ocupar um cargo de gestor profissional de recursos de terceiros junto a CVM.

Para consultar se o profissional possui certificações ANBIMA é necessário pesquisar no site da instituição o nome ou CPF da pessoa que deseja consultar.

Outras instituições também emitem certidões que permite a atuação no mercado financeiro, como a CNPI, da Apimec, a CFA, da CFA Society Brazil, a PQO (da B3 e Ancord), CFP, da Planejar, e a AI, da Ancord.

Mas é fundamental lembrar: influenciadores podem fazer parcerias pagas para vender produtos financeiros. Isso significa que, o que ele anuncia, pode não ser o ideal para o investidor.

Melhores práticas para finfluencers

A Anbima lançou em abril deste ano o "Tá na Rede", manual online que reúne as melhores práticas que um influenciador de finanças precisa seguir para fazer publicidade sobre investimentos e produzir conteúdo na internet.

Além disso, o site indica cursos, princípios éticos e onde podem encontrar fontes confiáveis para ajudar na produção de conteúdo.

As principais recomendações são:

Deixar claro quando o conteúdo produzido for uma publicidade;

Não apresentar produtos com promessas inalcançáveis e não se comunicar de forma exagerada e apelativa;

Ao informar a rentabilidade de um produto, explique se o valor possui desconto de impostos;

Sempre informar para os seguidores se você possui certificação, vínculo profissional com alguma empresa e se os ativos divulgados fazem parte de sua carteira.

"Outra boa ação que a gente prega é se você, finfluencer, tiver falando de um produto, deixe claro quais são os riscos e se o material é válido para qual tipo de investidor. Isso é essencial, pois às vezes o influenciador fala mil maravilhas de um produto e a pessoa pode comprar aquilo que não é adequado para os objetivos dela", informa Brum.

O Primo Pobre

Eduardo Feldberg, do canal Primo Pobre, é um dos influenciadores de finanças que mais crescem na internet

Reprodução/Instagram

O influenciador de finanças Eduardo Feldberg, do canal Primo Pobre, começou a publicar vídeos na internet porque se sentiu incomodado com a falta de conteúdo de finanças voltado para a população de baixa renda.

"Eu resolvi começar a ensinar sobre coisas que eu faço na minha vida e esse é um dos pontos principais, pois eu ponho em prática absolutamente tudo o que eu ensino antes de apresentar para o meu público", declara.

Conforme a sexta edição do relatório Finfluence, da Anbima, a página Primo Pobre foi a que mais cresceu no Facebook no último semestre de 2023, com 513% de crescimento. A evolução também foi verificada no Instagram e Youtube, com 199% e 34%, respectivamente.

Sobre a sua repercussão nas redes sociais, Feldberg alega que as pessoas passaram a seguir ele a partir de três pontos: identificação, linguagem acessível e credibilidade.

Ele diz que recebe muita proposta de parceria com empresas de apostas, mas diz negar quase todas, para seguir com seus princípios éticos.

"Até hoje no meu canal eu fiz três publicidades, porque eu não gosto de poluir meu canal com merchan. Eu não divulgo nada se eu sei que tem alguma coisa melhor, mais barato ou de graça. Isso aumenta muito a minha credibilidade", ressalta o influenciador.

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Fonte: G1

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