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Unicamp define orçamento de 2022 em R$ 3,2 bilhões e deixa de indicar valores de reserva pela 1ª vez em cinco anos para fechar contas

Por G1 em 16/12/2021 às 01:33:30
Proposta para distribuição de recursos foi aprovada pelo Conselho Universitário e valor representa alta de 8% no comparativo com atual exercício. Texto prevê verba para eventual reajuste salarial. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Rafael Smaira/G1

A Unicamp terá orçamento de R$ 3,2 bilhões em 2022, segundo proposta aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação da universidade estadual. O valor representa um aumento de 8,1% no comparativo com o valor do atual exercício, e pela primeira vez em cinco anos a instituição deixou de considerar recursos da reserva estratégica para conseguir fechar as contas.

"A universidade tem a oportunidade de retomar a estratégia de valorização dos seus recursos humanos e de recuperação e expansão de sua infraestrutura, o que deverá ser realizado com toda cautela necessária e com a manutenção das contas equilibradas", diz texto da Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan). A votação ocorreu terça-feira (14) e o resultado foi confirmado nesta quarta pela universidade, que tem campi em Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP).

O texto estabelece mais verbas para bolsas, alta de recursos para o programa de internacionalização, e reserva de R$ 326,9 milhões para o grupo de "projetos especiais", incluindo neste total R$ 184,3 milhões em eventuais ajustes no orçamento e alta salarial, e R$ 21,2 milhões para cobrir despesas com preços previstos em cláusulas contratuais, gêneros alimentícios e manutenção de infraestrutura.

Nesta lista também estão previstos programas para compra de livros, renovação de licenças de software de ambientes corporativo, renovação de parque computacional, reforma de moradia estudantil, cursos à distância, além da reestruturação dos restaurantes universitários,

Ao projetar o orçamento de 2022, a Aeplan ressaltou que este ano foi atípico em relação às despesas, uma vez que a Unicamp teve gastos contidos com o fato de ter mantido significativa parte das atividades de forma remota, e a volta plena é prevista para o próximo ano. A principal fonte de financiamento é obtida por meio de repasses feitos pelo governo de São Paulo calculados a partir de uma cota de 2,1% sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"A universidade obteve um grande superávit financeiro em suas contas no período, mas que dificilmente se repetirá em um ano de retorno à normalidade. Importante ressaltar que a previsão da taxa de variação das despesas será muito maior que o das receitas em 2022", destaca outro trecho.

Grupos de despesas

Pessoal (inclui auxílio-alimentação, auxílio criança/educação especial, horas extras, módulos de plantão da área da saúde e pagamento de inativos/pensionistas) - R$ 2,26 bilhões (+5,39%)

Restaurantes e Transportes - R$ 55,9 milhões (+11,62%)

Despesas contratuais - R$ 135,3 milhões (+12,19%)

Utilidade pública (água, energia e telefone) - R$ 57 milhões (+4,55)

Programas de apoio (inclui manutenção de infraestrutura/predial, aquisição de periódicos, aumento de bolsas de auxílio-social e auxílio-moradia, e internacionalização) - R$ 106,1 milhões (+18,75%)

Juros, encargos, amortizações e sentenças judiciais - R$ 11,4 milhões (+ 41,96%)

Manutenção de atividades existentes - R$ 38,4 milhões (+3,86%)

Projetos especiais - R$ 326,9 milhões (681,5%)

Uma das entradas do campus da Unicamp em Campinas

Antoninho Perri / Unicamp

Assistências e internacionalização

Segundo a Unicamp, os recursos destinados à assistência e permanência estudantil, divididos entre as diversas categorias de gastos, somam R$ 101,4 milhões, enquanto que a assistência a servidores equivale a R$ 201,2 milhões. Já as despesas da área da saúde correspondem a R$ 535,9 milhões.

Em meio aos reflexos da pandemia, a universidade estipula R$ 51,2 milhões ao programa de bolsas, acréscimo de 15% no valor nominal, considerando-se o montante determinado no exercício 2020.

O programa de internacionalização volta a ter a faixa de valor aplicada no período pré-pandemia, após corte de 50% diante da crise sanitária. A universidade, com isso, prevê total de R$ 1,5 milhão em ações.

Ao todo, a Unicamp tem 2 mil docentes, 6,7 mil funcionários e 33,2 mil alunos de todas as etapas de ensino e pesquisa.

Outros convênios

Em outubro, quando anunciou um crédito suplementar de R$ 229 milhões para a universidade, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o orçamento da instituição no próximo ano seria de R$ 3,7 bilhões. Neste caso, contudo, estão considerados aproximadamente R$ 500 milhões que são destinados a convênios, especialmente com as estruturas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estão contabilizados valores repassados ao Hospital de Clínicas (HC), Hospital da Mulher (Caism), gastrocentro, Hospital Estadual de Sumaré, sete Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) que a Unicamp administra, além do Hospital Regional de Piracicaba.

Há, ainda, um convênio na área da educação, em um projeto sobre formação de professores.

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Fonte: G1

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