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Política

Itamaraty diz que não comentará provocação de Maduro; fala do venezuelano pega mal na diplomacia e no governo

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Após Lula dizer que se assustou com menção do presidente vizinho a 'banho de sangue', Maduro afirmou que assustados deveriam tomar camomila. Governo brasileiro vê sinal de fraqueza no impulso de Maduro. O Palácio do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) disse na noite desta terça-feira (23) que não vai comentar a provocação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta segunda (22), Lula afirmou que ficou assustado com a ameaça de Maduro, em discurso, de que haverá banho de sangue na Venezuela caso ele não ganhe a eleição marcada para este sábado (27).

Em resposta a Lula, Maduro disse mais cedo nesta terça que quem está assustado deveria tomar chá de camomila.

"Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila", disse Maduro, sem mencionar o nome de Lula.

Apesar de o Itamaraty não comentar oficialmente, a fala de Maduro não pegou bem na diplomacia brasileira, que viu na provocação um sinal de fraqueza:

"Você já viu candidato ganhador com essa atitude na véspera de eleição?", disse um diplomata em reservado.

Nicolás Maduro durante campanha eleitoral na Venezuela, em 21 de julho de 2024

Palácio Miraflores via Reuters

No Palácio do Planalto, a reação também foi de incômodo e constrangimento com as declarações do presidente venezuelano, às vésperas do pleito. Além de dois observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governo também enviará a Caracas o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral.

Lula e a eleição na Venezuela

No início do mandato, ano passado, Lula fez movimentos para criar pontes de diálogo com Maduro e tentar reintegrar a Venezuela ao continente.

Ao contrário do antecessor, Jair Bolsonaro, Lula tem interlocução com Maduro. Lula também evita condenar atitudes antidemocráticas e totalitárias do governo vizinho. A estratégia, segundo interlocutores do governo, é manter uma posição que possa influenciar uma retomada da democracia na Venezuela sem grandes atritos políticos e sem apartar o país de Maduro do resto do continente.

O objetivo do governo brasileiro é que as eleições sejam democráticas e transparentes.

O problema é que Maduro, desde então, tomou atitudes que desagradaram o Palácio do Planalto.

O comitê eleitoral venezuelano tirou da disputa duas opositoras: Maria Corina Machado, desqualificada pela Controladoria da Venezuela, e Corina Yoris, que não conseguiu ao acessar o sistema automatizado do CNE por razões não especificadas.

Isso foi lido pelo Brasil e pela comunidade internacional como um indicador de interferência política no pleito.

Agora, a ameaça de "banho de sangue" caso Maduro não vença.

A diplomacia brasileira vem lembrando à Venezuela de cumprir o Acordo de Barbados.

O acordo foi feito entre o governo venezuelano e a oposição, com a mediação da Noruega. É parte dos esforços para resolver a crise política na Venezuela. As negociações em Barbados ocorreram em 2019, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica e democrática para os conflitos no país.

Os principais pontos de discussão incluíram a realização de novas eleições livres e justas, o levantamento de sanções internacionais, e o estabelecimento de condições que garantissem a participação equitativa de todas as partes envolvidas no processo político

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