O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (10) que o governo não tem votos para aprovar o pacote fiscal enviado na semana passada ao Congresso.A declaração de Lira ocorre em meio à insatisfação de deputados e senadores com as novas regras para repasses de emendas parlamentares. Os repasses foram suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto, em razão da baixa transparência no caminho do dinheiro e da aplicação da verba.Na semana passada, o STF liberou o pagamento das emendas, após quase 4 meses, mas impôs novas regras, que desagradaram deputados e senadores. No meio desse processo, o governo busca aprovação para o pacote fiscal, que tem o objetivo de economizar R$ 370 bilhões até 2030 e, assim, controlar as contas públicas. Mas a tramitação tem encontrado resistência na Câmara. Lira disse que não é por causa das emendas, mas porque o texto do governo mexe em temas sensíveis, como uma menor correção do salário mínimo e uma restrição ao acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). "O problema não é dinheiro, emenda ou portaria, o Congresso tem suas atribuições e responsabilidades. Projetos chegaram há poucos dias", declarou Lira, criticando o envio tardio das propostas ao Legislativo.O presidente da Câmara também citou a dificuldade enfrentada pelo governo na aprovação de requerimentos de urgência na semana passada como um indicativo dos desafios para avançar com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). "A semana passada viram as dificuldades de se aprovar as urgências. Imagina a PEC. A boa vontade nossa faremos a PEC tramitar com rito especial", afirmou.