Tentativa de atrapalhar investigação, recursos para execução de autoridades e planejamento de golpe estão entre condutas listadas por Moraes. Ex-ministro foi preso neste sábado (14) no Rio de Janeiro.
Ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto
Isac Nóbrega/PR
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a prisão do general Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, traz uma série de agravantes usados para justificar a detenção do militar.
Braga Netto foi preso na manhã deste sábado (14) em seu apartamento no Rio de Janeiro. Leia abaixo os principais pontos da determinação.
Embaraço a investigação
A Polícia Federal (PF) apontou que o novo depoimento prestado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, apresentou elementos que permitem caracterizar a existência de conduta de Braga Netto no sentido de impedir ou embaraçar as investigações.
Segundo a PF, o general agiu para impedir o esclarecimento dos fatos, principalemte ao tentar obter informações da delação do ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em sua delação premiada.
As investigações apontam que o objetivo de Braga Netto era controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados.
Telefonemas a pai de Mauro Cid
O relatório da PF, que embasa a decisão de Moraes, apresenta uma perícia realizada no celular do pai de Mauro Cid, Mauro Cesar Lorena Cid, que mostra "intensa" troca de mensagens com Braga Netto pelo aplicativo WhatsApp e também uma ligação, que durou pouco mais de 3 minutos.
Em sua delação, Mauro Cid confirmou que o general procurou seu pai para tentar obter informações sobre o seu acordo de colaboração premiada.
Na decisão, Moraes diz que a investigação da PF demonstra que os contatos telefônicos realizados com o pai de Cid tinham a finalidade de obter dados sigilosos, controlar o que seria repassado à investigação e informar aos demais integrantes da organização criminosa.