Ana Flor: “Neste momento não há assinaturas suficientes para uma CPI do MEC”
Os senadores Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Styvenson Valentim (Podemos-AC) decidiram retirar, neste sábado (9), o apoio ao requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os supostos desvios no Ministério da Educação.
Na sexta (8), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento, anunciou que o documento já reunia 27 assinaturas – número mínimo para o pedido seja formalizado.
O próprio parlamentar reconheceu, no entanto, que o apoio era frágil e havia risco de recuos. Randolfe trabalhava com a ideia de atingir 29 ou 30 assinaturas até a próxima semana, justamente para ter uma margem em relação à pressão do governo.
Com as decisões de Oriovisto e Styvenson, o documento tem agora 25 das 27 assinaturas necessárias. Sem o número mínimo, o requerimento não pode ser protocolado junto à Mesa Diretora do Senado.
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Nos últimos dias, lideranças religiosas nos estados vêm pressionando os senadores a retirar ou negar apoio à criação da CPI. As denúncias divulgadas até o momento têm como peças-chave o ex-ministro da Educação e pastor evangélico Milton Ribeiro, além de outros dois pastores que estariam atuando para favorecer prefeitos na liberação de verbas.
Oriovisto confirmou ao blog que decidiu retirar a assinatura, mas negou que tenha sofrido pressão de líderes religiosos.
"Acho que esta CPI, em período eleitoral, vira palanque. Os absurdos que ocorrem no MEC e no FNDE precisam ser apurados pela PF, TCU e MP. Assim, a apuração será mais isenta e técnica. Não posso concordar que o coordenador da campanha do Lula [Randolfe] seja o presidente desta CPI", disse.
Oposição diz que tem assinaturas para abrir CPI do MEC no Senado