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Conab prevê 289,6 milhões de toneladas na safra 21/22 de grãos do Brasil

Por G1 em 26/08/2021 às 15:41:26
Novo recorde de produção deve ser puxado principalmente pela soja e pelo milho, que terão aumentos em volume de 3,9% e 33,8% respectivamente. Conab prevê 289,6 milhões de toneladas na safra de grãos 21/22 do Brasil

Jaelson Lucas/AEN

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta quinta-feira (26), a previsão para a safra de grãos brasileira 2021/22, que deve atingir um novo recorde de 289,6 milhões de toneladas. O número é impulsionado principalmente pela soja e pelo milho.

Apenas a soja, deve ter um avanço de 3,9% na produção em 2021/22 na comparação com a safra atual ante a atual temporada, enquanto a safra total de milho do país deverá se recuperar após sofrer uma quebra em função das condições climáticas adversas em 2020/21.

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Em sua primeira divulgação de projeções para a próxima temporada, a estatal indicou que a safra de soja 2021/22 atingirá 141,26 milhões de toneladas, puxada por um aumento de 3,6% na área plantada em meio a preços atrativos e expectativas positivas de rentabilidade.

A área de cultivo da oleaginosa tende a alcançar 39,91 milhões de hectares na nova temporada, disse a Conab, citando também o câmbio atrativo neste momento, com o real desvalorizado frente ao dólar, e expectativas de aumento nas exportações e no esmagamento no ano que vem.

Pelos números da Conab, as exportações de soja do Brasil devem chegar a 87,58 milhões de toneladas em 2022, versus 83,42 milhões de toneladas neste ano, diante de uma estimativa de aumento na demanda da China, principal cliente do país no setor.

Já o processamento local da oleaginosa no ano que vem foi projetado em 51,47 milhões de toneladas, ante 46,50 milhões de toneladas no ciclo atual.

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A cifra é impulsionada pela expectativa de um aumento no percentual da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel no país para 14%, contra 13% atualmente.

"Mesmo com um aumento na produção para a safra 2021/22, estima-se que a diferença entre oferta e demanda mundial seja pequena em 2022, o que implica na manutenção da relação estoque/consumo mundial ainda em níveis baixos", acrescentou a Conab em apresentação.

Para o milho, a estatal estimou a safra total 2021/22 do país em 115,96 milhões de toneladas, salto de 33,8% na comparação anual, indicando uma recuperação após a quebra vista neste ano, quando o cultivo sofreu com seca e geadas.

A safra de verão do cereal deve somar 27,2 milhões de toneladas, aumento de 9% no ano a ano, enquanto a chamada "safrinha" -- principal do milho no país -- tende a saltar 45%, a 87,3 milhões de toneladas.

A área plantada com o cereal foi projetada em 20,6 milhões de hectares, alta de 3,9% na comparação anual, em estimativa que compreende 15,65 milhões de hectares na segunda safra (avanço de 5,2%) e 4,4 milhões de hectares na primeira -- esta, praticamente estável na comparação anual.

Entre os fatores positivos do milho, a Conab citou o baixo estoque de passagem, a oferta reduzida devido aos problemas climáticos e a valorização dos preços internacionais e do dólar.

Já os negativos, por sua vez, a Conab vê incertezas sobre a demanda chinesa por milho e os custos de importação no nível dos preços nacionais.

Algodão

A estatal estimou ainda a safra de algodão (pluma) em 2021/22 em 2,71 milhões de toneladas, alta de 15,8% na comparação anual, diante de um aumento de 13,4% na área de cultivo, que deverá atingir 1,55 milhão de hectares.

A fibra também se beneficiará dos altos preços internacionais e do dólar valorizado frente ao real, segundo a Conab, que ainda projetou as exportações de algodão em 2 milhões de toneladas em 2022, leve queda frente aos 2,1 milhões de toneladas deste ano.

"Cerca de 34% da safra 2021/22... já foi vendida", disse a entidade. "As exportações continuarão aquecidas."

A diminuição nos embarques externos se vê compensada em um aumento no consumo interno, que atingirá 760 mil toneladas no ano que vem, versus 715 mil toneladas em 2021. A Conab vê um "novo crescimento na demanda com a vacinação e controle da pandemia."

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Fonte: G1

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