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Terapia cosmética traz benefícios para a saúde de idosas

Por G1 em 18/12/2022 às 12:36:15
Além de aumentar a autoestima, aulas de maquiagem melhoram os movimentos e a preensão palmar, indicador de fragilidade Na quarta reportagem da série sobre a longevidade no Japão, quero mostrar como o que começou como um trabalho voluntário de funcionários se tornou uma ação que atinge dezenas de milhares de pessoas anualmente. Para os que subestimam a maquiagem e a consideram algo descartável e fútil, Kazuyuki Ikeyama, PhD em biomedicina e gerente de diversidade e inclusão da gigante Shiseido, afirma que a terapia cosmética para idosas traz benefícios que vão muito além da vaidade:

Aula de maquiagem para idosas traz benefícios físicos e mentais

Divulgação

“Há ganhos do ponto de vista físico e mental. Aplicar produtos no rosto requer cinco grupos de músculos e demanda de duas a três vezes mais força do que a utilizada na alimentação. Também melhora a preensão palmar, um indicador da força que vai declinado com a idade. Por último, mas igualmente importante, assistimos a uma mudança no clima dos ambientes onde realizamos as sessões de terapia cosmética”.

Desde 1975, voluntários da empresa iam a instituições maquiar idosas, mas foi em 2013 que o programa foi estruturado por Ikeyama, inicialmente contratado como pesquisador na área de cosméticos. Quando fala de sua trajetória, explica que sempre sofreu com uma falha de pelos nas sobrancelhas e que sabe como a aparência pode afetar a autoestima: “isso vale para qualquer idade”, resume.

Kazuyuki Ikeyama: melhora da autoestima e estímulo para o cérebro

Mariza Tavares

O curso é composto por duas aulas de 50 minutos por mês, durante três meses, e todas recebem certificados. As sessões começam com as alunas aspirando diferentes aromas, experiência que serve de estímulo para o cérebro. Em seguida, usam uma toalha aquecida para a limpeza do rosto e fazem exercícios com os dedos para preparar a pele antes da aplicação de base e maquiagem. Os resultados são impressionantes, diz Ikeyama, ele próprio um voluntário nas atividades:

“Notamos uma mudança de humor e muitas idosas se tornaram mais ativas, passando inclusive a comer sozinhas. O retorno da enfermagem e das famílias foi gratificante e temos relatos de que até sintomas de demência foram amenizados. Os familiares e cuidadores também participam e se sentem mais motivados. Hoje atendemos a pedidos de prefeituras como uma atividade para evitar o declínio cognitivo”. A pandemia interrompeu as aulas mas, somente em 2019, 25 mil idosas frequentaram os cursos em 150 locais diferentes. Esse é um exemplo de iniciativa que poderia ser encampado pelas empresas brasileiras.

A colunista viajou a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão

Fonte: G1

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