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Governistas vão mirar financiadores dos atos golpistas na CPI mista, diz ministro

Por G1 em 21/04/2023 às 13:57:26
Colegiado deve ser criado na próxima semana. Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou que governo deve indicar parlamentares 'experientes' para compor a comissão. Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha

TV Globo/Reprodução

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (21) que, se a CPI mista dos Atos Golpistas for instalada, aliados do presidente Lula no colegiado vão priorizar a investigação e a convocação de pessoas e empresas que financiaram e estimularam os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.

Padilha, que é responsável pela articulação política do governo, deu as declarações depois de participar de um evento religioso na capital federal.

"Tenho ouvido de líderes, tanto no Senado quanto na Câmara, uma vontade muito grande de trazer para CPI aqueles que são acusados de terem financiado os atos terroristas. Quem pagou, quem financiou esse ataque à democracia precisa ser investigado. A CPMI vai ser um espaço, onde serão convocados e identificados, para a população, quem financiou os atos", disse Alexandre Padilha.

"A CPMI vai atrás de todos os responsáveis, seja quem tem responsabilidade financeira, de ter pago, financiado, como a Polícia Federal já vem identificando empresários que financiaram, quanto aqueles que planejaram, aqueles que mobilizaram", completou o ministro.

Ele afirmou ainda que, na avaliação do governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro é "o grande responsável" pelos atos.

"Vamos mirar todos aqueles responsáveis pelos atos terroristas. Sempre digo que o ex-presidente é o responsável moral, espiritual, organizativo, pelos atos do dia 8, porque durante quatro anos, semeou o ódio, contra a Suprema Corte, o sistema eleitoral. Ficou quatro anos estimulando atitudes golpistas", disse.

Questionado sobre o perfil dos parlamentares que a liderança do governo vai indicar para compor o colegiado, Padilha afirmou que serão nomes "experientes" nesse tipo de enfrentamento político.

Segundo o ministro, deputados e senadores governistas terão de combater o que ele chama de "narrativa terraplanista que tenta transformar as vítimas dos atos nos responsáveis".

Os nomes, de acordo com Padilha, serão indicados "o mais rápido possível", assim que a CPI mista for criada.

O general Gonçalves Dias é visto passando no saguão do Palácio do Planalto, em Brasília, na quarta-feira (19), após pedir demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Mudança de posição

Até a demissão do general Gonçalves Dias do cargo de ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI), integrantes do governo se posicionavam contra a instalação da CPI mista sobre os atos golpistas.

Parlamentares governistas, inclusive, tentavam convencer deputados e senadores a retirarem assinaturas do pedido de criação da comissão, a fim de inviabilizar o colegiado.

O próprio presidente Lula deu declarações contrárias à instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Lula dizia que o Executivo tinha os instrumentos necessários para apurar os crimes, sem necessidade de uma participação do Legislativo nas investigações.

Na última quarta-feira (19), horas depois da saída de Gonçalves Dias do GSI, os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mudaram de orientação e passaram a defender a instalação da CPI.

Dias pediu demissão depois de serem divulgadas imagens dele circulando entre golpistas no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. O ex-ministro disse que estava no local para retirar os invasores e preservar o gabinete do presidente Lula no terceiro andar do prédio.

Nas imagens divulgadas pela CNN, servidores do GSI são visto entregando água para os invasores. Em entrevista nesta sexta-feira, Alexandre Padilha chamou um dos militares que aparece nos vídeos de "garçom dos terroristas".

Criação da CPI mista

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já prometeu que irá ler o requerimento de instalação da CPMI na sessão do Congresso da próxima quarta-feira (26), se houver apoio suficiente – são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Até agora, segundo o líder da Oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), há 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores.
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