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Fuga de cérebros, a diáspora de cientistas brasileiros

Por Agência Brasil em 30/04/2023 às 14:49:14

Ricardo Galvão Foto: país forma mais cientistas do que consegue empregar. Divulgação/TV Brasil

A astrônoma tinha terminado de concluir um doutorado aqui - foram anos de investimento do país na carreira dela e agora seu conhecimento é usado lá fora. Isso não é uma raridade.

Segundo o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, o país forma muito mais cientistas do que consegue empregar hoje. “Nós estamos hoje em dia formando 24 mil doutores por ano, mas as ofertas de emprego, concursos públicos, etc, não chegam a mil.”

Nos últimos anos, a falta de investimentos em ciência e tecnologia no país foi drástica. Cortes no custeio de universidades federais, que mal tinham verba para pagar água e energia. No orçamento destinado para pesquisas científicas, entre 2014 e 2022 houve uma redução de 60%. As bolsas de mestrado e doutorado ficaram sem reajuste por 9 anos, registrando perdas de 66,6% quando o valor é corrigido pela inflação.

Retomada

Para 2023, as perspectivas são melhores. No início do ano, o governo federal anunciou a retomada de investimentos, com aumento de 44% dos recursos para o CNPq e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Se não fosse isso, a presidente da Capes, Mercedes Bustamante, avalia que a instituição só teria orçamento para chegar até setembro.

Presidente da Capes, Mercedes Bustamante - Divulgação/TV Brasil

Além das bolsas de estudo, é preciso focar também em outras áreas para que as pesquisas sejam retomadas. “É preciso colocar mais recursos para a recomposição do nosso parque tecnológico e laboratórios, é preciso fazer investimentos na manutenção das atividades de pesquisa, na compra e recuperação de equipamentos. Então é ter profissionais bem remunerados e condições adequadas de trabalho”, afirma Bustamante.

“É preciso colocar mais recursos para a recomposição do nosso parque tecnológico e laboratórios."

Para Renato Janine Ribeiro, que hoje preside a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), é preciso também definir no que podemos ser os melhores.

Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC - Divulgação/TV Brasil

“Quais são as pesquisas científicas, as áreas em que podemos ser líderes? Não podemos ser em todas. É preciso escolher alguns setores que queremos ser protagonistas”, conclui.

O episódio Fuga de cérebros, a diáspora de cientistas brasileiros, do Caminhos da Reportagem, vai ao ar neste domingo (30), às 22h na TV Brasil.

Fonte: Agência Brasil - Geral

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