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Congresso se movimenta para analisar MPs que estão perto do vencimento

Uma das MPs, a que reestrutura os ministérios, tem mais aceitação na Câmara e no Senado.

Por G1 em 18/05/2023 às 22:58:15
Uma das MPs, a que reestrutura os ministérios, tem mais aceitação na Câmara e no Senado. Já a medida que extingue a Funasa encontra mais resistência. Em duas semanas, duas medidas provisórias importantes para o governo Lula correm o risco de perder a validade se não forem votadas pelo Congresso Nacional. Uma delas é a que reforma a estrutura e as atribuições da Esplanada dos Ministérios. A outra é a que extingue a Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

Medidas provisórias passam a valer assim que são editadas pelo governo, mas perdem a validade em 120 dias se não forem aprovadas pelo Congresso.

As duas medidas provisórias foram editadas no dia 1Âș de janeiro, e a contagem passou a valer a partir de 1Âș de fevereiro, na abertura do ano legislativo.

Para o texto que reorganiza a Esplanada, o Congresso instalou uma comissão mista, com deputados e senadores. Mas o grupo se reuniu apenas duas vezes — uma para eleger presidente e escolher relator e outra para uma audiência pública. O último encontro foi em 13 de abril.

De lá para cá, não houve apresentação do relatório que, em 14 dias, precisa ser votado na própria comissão e nos plenários da Câmara e do Senado.

Partidos aliados estão incomodados por terem recebido cargos em ministérios esvaziados de importância, enquanto consideram que o PT, partido de Lula, foi privilegiado.

O grupo pretende apresentar o texto de última hora e votar a proposta nas duas casas até no mesmo dia, se necessário. A estratégia impediria que o governo se mobilizasse para reverter alterações no texto.

Os parlamentares devem transferir a Conab, que está no Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério da Agricultura.

A Política Nacional de Recursos Hídricos deve ficar com o Ministério da Integração Nacional. E a demarcação de terras indígenas deve deixar o Ministério dos Povos Indígenas e passar a ser atribuição da Justiça.

Base do governo espera votar na próxima semana o projeto de lei com regras para o controle do gasto público

Funasa

Já a medida provisória que extingue a Funasa não deve ser votada no prazo legal. Não houve formação de comissão mista para analisar o tema.

O assunto é polêmico e divide a base aliada do governo no Congresso. O órgão de orçamento bilionário teve suas funções distribuídas entre os ministérios das Cidades e da Saúde.

O PSD e setores do União Brasil e do PP tentam impedir a extinção da Funasa. A ideia é deixar a MP perder o efeito. O governo cogita incluir a extinção do órgão na outra medida provisória, que reorganiza a Esplanada, mas não deve ter sucesso.

De acordo com Saul Tourinho, especialista em direito constitucional, o governo precisa aprovar, pelo menos, a medida provisória que reorganiza o governo, sob risco de paralisia.

"Se a MP caduca, o governo exclui pastas importantes, ministros de estado perdem o controle de políticas importantes e servidores públicos seriam realocados à luz de uma situação anterior ao governo de hoje. A situação fica indefinida. Seria um retrocesso enorme ao país não corresponder a uma expectativa de uma base jurídica já existente no nosso país", disse.
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