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David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens ganham Nobel de Economia 2021

Por G1 em 11/10/2021 às 07:53:35
Pesquisadores foram premiados por estudos no mercado de trabalho. David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens

Reprodução

David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens foram premiados nesta segunda-feira (11) com o prêmio Nobel de Economia 2021.

Os laureados forneceram novos insights sobre o mercado de trabalho e mostraram as causas e efeitos que podem ser tirados de situações da vida real. Esse modelo tem sido amplamente adotado por pesquisadores que trabalham na área.

De acordo com a Real Academia de Ciências da Suécia, "os economistas revolucionaram a pesquisa empírica nas ciências sociais e melhoraram significativamente a capacidade da comunidade de pesquisa de responder a perguntas de grande importância".

David Card recebeu o prêmio por suas contribuições empíricas para a economia do trabalho. Já Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens foram laureados por suas contribuições metodológicas para a análise das relações causais.

Usando experimentos naturais, David Card analisou os efeitos do salário mínimo, da imigração e da educação no mercado de trabalho. Em um exemplo, David Card e o pesquisador já falecido Alan Krueger usaram um experimento natural para investigar como o aumento do salário mínimo afeta o emprego.

Os pesquisadores receberão um prêmio em dinheiro de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão) e uma medalha de ouro.

Ilustração mostra os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2021: David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Ibens

Divuglação/Real Academia Sueca

Os outros vencedores do prêmio Nobel deste ano foram:

Paz: Maria Ressa e Dmitry Muratov

Medicina: David Julius e Ardem Patapoutian

Física: Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi

Química: Benjamin List e David MacMillan

Literatura: Abdulrazak Gurnah

Vencedores mais velhos e apenas duas mulheres

Até agora, somente duas mulheres foram laureadas no prêmio. Em 2019, o prêmio foi atribuído a um trio de pesquisadores especializados no combate à pobreza, os americanos Abhijit Banerjee e Michael Kremer e a franco-americana Esther Duflo, segunda mulher distinguida na disciplina e a mais jovem laureada da história deste prêmio.

Economia tem sido, até agora, o Nobel onde o perfil do futuro vencedor é o mais fácil de adivinhar: homem com mais de 55 anos de nacionalidade americana.

Nos últimos 20 anos, três quartos deles se enquadram nessa descrição. A média de idade dos vencedores também é superior a 65 anos, a maior entre os seis prêmios.

O prêmio

O prêmio de Economia, oficialmente chamado de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", foi criado em 1968 e concedido pela primeira vez em 1969.

A homenagem não fazia parte do grupo original de cinco prêmios estabelecidos pelo testamento do industrialista sueco Alfred Nobel, criador da dinamite. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física, Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vez em 1901.

O Nobel de Economia é o último concedido este ano. Os prêmios de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz foram anunciados na semana passada.

Embora seja o prêmio de maior prestígio para um pesquisador em economia, o prêmio não adquiriu o mesmo status das disciplinas escolhidas por Alfred Nobel em seu testamento de fundação (Medicina, Física, Química, Paz e Literatura) - seus detratores zombam dele como um "falso Nobel" que representa economistas ortodoxos e liberais.

Últimos ganhadores do Nobel de Economia

2020: Paul R. Milgrom e Robert B. Wilson (EUA), por seus trabalhos na melhoria da teoria e invenções de novos formatos de leilões.

2019: Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer (EUA), por seus seus trabalhos no combate à pobreza.

2018: William D. Nordhaus e Paul M. Romer (EUA), por seus estudos sobre economia sustentável e crescimento econômico a longo prazo.

2017: Richard Thaler (Estados Unidos), por sua pesquisa sobre as consequências dos mecanismos psicológicos e sociais nas decisões dos consumidores e dos investidores.

2016: Oliver Hart (Reino Unido/Estados Unidos) e Bengt Holmström (Finlândia), por suas contribuições à teoria dos contratos.

2015: Angus Deaton (Reino Unido/Estados Unidos) por seus estudos sobre "o consumo, a pobreza e o bem-estar".

2014: Jean Tirole (França), por sua "análise do poder do mercado e de sua regulação".

2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os mercados financeiros.

2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doações de órgãos e na educação.

2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permitem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos.

2010: Peter Diamond, Dale Mortensen (Estados Unidos) e Christopher Pissarides (Chipre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.

2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos separados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.

2008: Paul Krugman (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre o comércio internacional.

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Veja todos os vídeos sobre o prêmio Nobel 2021:

Fonte: G1

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