Banner 1 728x90

INSS fala em 'impacto administrativo expressivo' com aplicação da 'revisão da vida toda'

Instituição afirmou ao Supremo Tribunal Federal que já conta com grupo de trabalho interno que discute como implementar a deliberação da Corte.

Por G1 em 17/08/2023 às 08:31:39
Instituição afirmou ao Supremo Tribunal Federal que já conta com grupo de trabalho interno que discute como implementar a deliberação da Corte. Revisão da vida toda: saiba quem pode e quem não pode solicitar

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afirmou, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a decisão sobre a chamada "revisão da vida toda" terá "impacto administrativo expressivo", e que há um grupo de trabalho interno que discute como implementar a deliberação da Corte.

O INSS apresentou informações ao tribunal no âmbito de uma ação da Defensoria Pública da União (DPU) sobre o assunto. A DPU acionou o Supremo em julho, pedindo que o tribunal garanta a execução do que ficou estabelecido pelos ministros.

"Além do impacto nas contas públicas, há um impacto administrativo expressivo. Conforme relata o Voto do Min. Nunes Marques, 'o certo é que se estima em dezenas de milhões de pedidos administrativos de revisão, muitos dos quais não teriam embasamento, mas precisariam de resposta. Isso tem potencial de colapsar o atendimento do INSS'", diz o documento.

LEIA TAMBÉM:

Revisão da vida toda: entenda o que é, como o cálculo é feito e quem deve poder solicitar

A "revisão da vida toda" no INSS é o recálculo da média salarial para a aposentadoria, considerando todas as remunerações do trabalhador, mesmo as anteriores a julho de 1994, quando foi implementado o Plano Real. O mecanismo pode, na prática, mudar os valores dos benefícios de milhares de aposentados e pensionistas.

O caso foi julgado em dezembro do ano passado no STF, e o próprio INSS recorreu, pedindo que os ministros fixem limites para a incidência da determinação e estabeleçam que a decisão tomada no julgamento só tenha efeitos para o futuro não alcance, por exemplo, benefícios que já foram pagos antes do entendimento firmado pelos ministros.

O recurso da instituição começou a ser analisado no último dia 11, com o voto de Alexandre de Moraes, relator do caso, pela fixação de parâmetros de aplicação da tese.

No entanto, um pedido de vista do ministro Cristiano Zanin interrompeu o julgamento. Até uma definição deste recurso, processos que tratam do tema em instâncias inferiores foram suspensos, por ordem de Moraes.

"O INSS pretende que sejam esclarecidas todas as nuances e significados do julgamento de uma tese juridicamente complexa e de repercussões monumentais no plano material, que implicará um significativo custo financeiro para o Estado e um incremento na judicialização, que podem ser melhor administrados a partir da definição e conhecimento dos critérios que esclareçam o conteúdo e o alcance do julgado, com ganhos de racionalidade e efetividade para o Poder Judiciário e para a Administração Pública, e uma mais adequada promoção dos direitos dos segurados que realmente se encontrem em situação de postular a revisão de seus benefícios", diz a instituição.

O pedido da DPU foi apresentado em outra frente, em uma ação sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes.

No documento, o INSS defende que a ação da Defensoria seja encerrada, já que o processo da "revisão da vida toda" ainda não teve desfecho definitivo.
Comunicar erro

ComentĂĄrios