Banner 1 728x90

Defesa pede que STJ rejeite requerimento da Itália para Robinho cumprir pena no Brasil por estupro

Advogados alegam que pedido italiano não tem previsão na Constituição ou em lei.

Por G1 em 13/09/2023 às 21:20:50
Foto: Reprodução internet

Foto: Reprodução internet

Advogados alegam que pedido italiano não tem previsão na Constituição ou em lei. Pena do ex-jogador foi de 9 anos. A defesa do ex-jogador de futebol Robinho pediu nesta quarta-feira (13) que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeite o requerimento do governo da Itália para que o atleta comece a cumprir no Brasil a pena de 9 anos de prisão a que foi condenado por estupro.

Robinho foi sentenciado por estuprar, junto com outros cinco homens, uma mulher albanesa em uma boate em Milão, na Itália. Segundo a denúncia, o crime de violência sexual em grupo ocorreu em 2013, quando ele era um dos principais jogadores do Milan.

Em fevereiro deste ano, o governo italiano pediu a homologação da decisão da Justiça do país que condenou o ex-jogador — o que permitiria que Robinho cumprisse a pena no Brasil.

Na manifestação ao STJ, os advogados alegam que o decreto usado pelo governo da Itália "não autoriza a transferência de cumprimento de pena". Para os advogados, o pedido feito pelo governo italiano é inconstitucional e não tem previsão em leis, afetando a soberania nacional.

O relator do caso no STJ, ministro Francisco Falcão, deu prazo para o governo da Itália se manifestar sobre a defesa.

Os advogados do atleta sustentam que como a Constituição proíbe a extradição de um brasileiro, não seria possível admitir a homologação e execução de uma pena no Brasil.

Outro argumento é de que na época dos fatos que levaram à condenação, não havia previsão legal para a transferência de execução de penas estrangeiras, portanto, uma lei posterior não pode retroagir para autorizar a prisão do réu condenado na Itália.

A defesa disse ainda que as interceptações telefônicas que embasaram a condenação não podem ser consideradas pelo Brasil porque não está claro se foram feitas de forma legal.

"Sendo certo que as escutas telefônicas e ambientais detiveram papel indispensável na culpabilidade do agente, inegável que o pedido de homologação deveria ser acompanhado das inafastáveis decisões judiciais que permitiram tais ingerências em salvaguardas constitucionais do requerido [Robinho]. A situação mostra-se ainda mais delicada, quando se verifica que outros meios de provas adotados no processo alienígena sugerem a atipicidade da conduta do agente".

A defesa também pediu ao STJ que envie um recurso ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão da Corte Especial que rejeitou um pedido para que o ex-jogador tivesse acesso a cópia integral do processo no qual foi condenado. Os advogados dizem que não é possível o STJ homologar uma sentença sem que todo o processo seja devidamente examinado.
Comunicar erro

Comentários