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Cabeça de Garnier foi oferecida à CPI em reunião que comandante da Marinha não estava presente

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Por G1 em 26/09/2023 às 17:01:38
No encontro com o ministro da Defesa, José Múcio, e o líder do governo do Congresso, Randolfe Rodrigues, foi pedido que outros militares, principalmente do Exército, fossem poupados pela comissão. O almirante Almir Garnier Santos foi comandante da Marinha no governo Bolsonaro

Reprodução

Ex-comandante da Marinha, almirante Garnier, foi jogado ao mar. Na última segunda-feira (25), o ministro da Defesa, José Múcio, se reuniu com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e com os comandantes do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva e o da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, para discutir os rumos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

A avaliação foi a de que a convocação de Garnier era inevitável, e que ninguém faria esforços para evitá-la. Mas foi pedido que outros militares, principalmente do Exército, fossem poupados.

Na visão dos militares, os oficiais estavam sendo ofendidos e não interrogados pela comissão. A gota d'água foram os ataques do senador Jorge Seif, da extrema direita do PL, ao general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto. "Eu quero repetir para o senhor que o senhor é um covarde, que presta continência para comunista. O senhor hoje serve um ladrão e o senhor traiu o seu povo", xingou Seif, que apoia o golpe.

Senador Jorge Seif e deputado Rogério Correia discutem na CPI dos Atos Golpistas

Uma ausência e uma presença chamaram a atenção na reunião. A presença do comandante da Aeronáutica não estava prevista. A agenda seria apenas entre Múcio, o general Tomás e Randolfe. Mas o brigadeiro Damasceno acabou participando porque estava no Ministério da Defesa para um encontro posterior com Múcio, para discutir a Embraer. Como estava na área, foi convidado a participar. Essa é a versão oficial.

E por que o comandante da Marinha, o almirante Oslen não participou? Em nota a Marinha do Brasil explicou:

"A Força informa, ainda, que o Comandante da Marinha, no período efetivo da referida reunião, cumpriu outros compromissos, previamente agendados, tendo permanecido, contudo, em condições de atender prontamente a um eventual chamado".

Ou seja, se chamado, Oslen poderia participar do encontro em que o principal tema era a convocação de militares, entre eles Garnier. Mas o almirante não foi convidado.

Eis, na íntegra a nota da Marinha:

Em atenção aos seus questionamentos, a Marinha do Brasil (MB) esclarece que, desde a publicação de suposto conteúdo da delação premiada do Tenente-Coronel Mauro Cid, o Comandante da Marinha se reuniu, em diversas ocasiões, com o Ministro da Defesa (MD) para tratar deste tema, estando assim o MD plenamente informado e ciente do entendimento da Força a respeito.

A Força informa, ainda, que o Comandante da Marinha, no período efetivo da referida reunião, cumpriu outros compromissos, previamente agendados, tendo permanecido, contudo, em condições de atender prontamente a um eventual chamado.

A Marinha seguirá cumprindo seu papel constitucional e reafirma seu compromisso em contribuir integralmente com os órgãos competentes nas apurações em curso, no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário.
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