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Brasileiros na Faixa de Gaza aguardam orientações da Embaixada do Brasil para deixar zona de conflito e cruzar fronteira com Egito

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Por G1 em 10/10/2023 às 13:03:33
Famílias estão sem água e sem energia e se queixam da demora para conseguirem ir até o Egito: 'a gente vai morrer aqui', diz brasileiro com as filhas e esposa. Itamaraty monitora situação e diz que depende de liberação de passagem para levar grupo até o Cairo. Israel ataca porto na faixa de Gaza

REUTERS/Mohammed Salem

Cidadãos brasileiros que continuam na Faixa de Gaza seguem à espera de orientações da Embaixada do Brasil na Palestina para deixarem a zona de conflito e passarem pela fronteira com o Egito. O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça-feira (10) que aguarda autorização do Egito para repatriar brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala (Cisjordânia), o embaixador Alessandro Candeas informou à GloboNews que já alugou um ônibus para levar esse grupo de brasileiros da Faixa de Gaza à fronteira sul da região (leia detalhes abaixo). A operação será feita toda via terrestre até a cidade do Cairo, no Egito.

O território é governado pelo grupo terrorista Hamas – que, no sábado (7), promoveu um grande ataque terrorista contra Israel, país vizinho, em um novo capítulo da disputa entre israelenses e palestinos pela região no Oriente Médio.

Segundo informou o embaixador Alessandro Candeas à comentarista da GloboNews Flávia Oliveira, 25 brasileiros manifestaram vontade de voltar ao Brasil. A logística, no entanto, é complexa porque as autoridades consulares brasileiras precisam da liberação do governo do Egito para cruzar a fronteira pelo sul da Faixa de Gaza, pela passagem de Rafah.

O "check point" foi fechado nas últimas horas, segundo Candeas, o que dificulta a operação. Ao blog, o Itamaraty informou que está atento ao caso e monitorando a situação.

'A gente vai morrer aqui'

O brasileiro e palestino Hasan Rabee estava há 10 dias em Gaza com a esposa e as duas filhas quando o confronto começou. Ele conta que viajou para visitar familiares e está com dificuldades para deixar a região por conta dos ataques. Eles estão há várias horas sem água e sem energia e se queixam da demora para conseguirem ir até o Egito: "a gente vai morrer aqui".

Hasan se deslocou por Gaza e nesta terça-feira estava na cidade de Khan Younis, na casa de familiares, mas que não conta com a proteção de um abrigo para se protegerem dos bombardeios. Ele disse ao blog que já falou com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, e outros representantes diplomáticos, mas até agora não recebeu informações sobre como será feito o resgate para saírem da região.

Na segunda-feira (9), ele revelou à GloboNews o drama que tem vivido com a família. "Estamos morrendo... minhas filhas só choram e a gente está mentido [pra ela], falando que as bombas são barulho de festas", contou.

'Tudo bem devagar'

Outro relato dramático é de Mahmoud Abuhaloub. Ele também tem cidadania brasileira e vive em Gaza desde 2020. Antes de voltar às origens palestinas, o rapaz morava no Rio Grande do Sul e diz que precisou deixar o Centro de Gaza com a família de 12 pessoas, por conta dos bombardeios israelenses.

Mahmoud disse que acionou a Embaixada do Brasil em Ramala, cidade palestina na Cisjordânia, mas não teve nenhuma resposta efetiva até agora. "Tudo bem devagar. Esperando alguma resposta [sobre a operação de resgate]", afirmou nesta terça-feira.

Mahmud mora em Gaza desde 2020. Na segunda-feira, ele fez um apelo para o governo brasileiro.

"A embaixada brasileira está trabalhando para isso, mas as coisas ficam um pouco devagar. Por favor, essa chamada para o nosso governo, com toda confiança, vai ajudar nossas famílias aqui para sair da Faixa de Gaza muito rápido, pelo menos até Egito, para ficar em seguro. Por favor", pede.

Resgate de brasileiros em Gaza

Segundo o chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, falta somente a autorização do governo egípcio para resgatar os brasileiros.

Nós já temos toda a logística pronta, ônibus alugado para sair de Gaza até a fronteira sul, pelo posto de Rafah. Nós estamos aguardando apenas a autorização do Egito para que eles cruzem a fronteira.

A partir de Rafah, já em território egípcio, o Itamaraty teria maior facilidade para encaminhar esses brasileiros ao Aeroporto Internacional do Cairo – onde o grupo poderia, inclusive, embarcar em voos comerciais para o Brasil.

Até o momento, as operações de resgate do Itamaraty se concentram no Aeroporto Ben-Gurion em Tel Aviv, Israel – onde há uma maior infraestrutura de transportes e, também, maior concentração de brasileiros.

O Ministério das Relações Exteriores criou um grupo de WhatsApp para manter o diálogo com os brasileiros que estão em Gaza. Na página oficial do Itamaraty é possível encontrar mais orientações.

Contatos para brasileiros

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Tel Aviv disponibilizou em seu site um formulário para inscrição de brasileiros interessados nos voos de repatriação.

O site da embaixada é: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-tel-aviv

No caso dos brasileiros em territórios palestinos, ainda não há voos organizados em razão das dificuldades logísticas e de segurança. O ministério mantém contatos de emergência, no entanto, com o aplicativo WhatsApp instalado:

Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510

Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858

Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610

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