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Barroso rebate PEC que altera regras do STF: 'Mudanças não necessárias' e 'preocupação'

Presidente do STF ressaltou que o Senado 'merece toda consideração institucional', mas citou que o tribunal não vê motivos para mudanças em seu mecanismo.

Por G1 em 23/11/2023 às 15:27:41
Foto: Reprodução internet

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Presidente do STF ressaltou que o Senado 'merece toda consideração institucional', mas citou que o tribunal não vê motivos para mudanças em seu mecanismo. Ministro Gilmar Mendes disse que 'não se pode brincar de fazer PEC'. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luis Roberto Barroso, comentou na abertura da sessão desta quinta-feira (23) a aprovação, pelo Senado, de uma proposta para limitar as decisões individuais dos ministros da Corte.

O texto proíbe decisões individuais de ministros que suspendam a eficácia de leis ou atos dos presidentes da República, da Câmara, do Senado e do Congresso.

A PEC é vista no meio político como uma resposta do Congresso a julgamentos recentes do STF. Segundo deputados e senadores, muitos dos temas discutidos pela corte cabem, na verdade, ao parlamento.

"Nesse momento em que o Supremo Tribunal Federal é alvo de propostas de mudanças legislativas que, na visão da Corte, não são necessárias e não contribuem para a institucionalidade do país", afirmou o ministro.

Barroso ressaltou que o "Senado merece toda a consideração institucional, merece respeito deliberações, a vida democrática é feita do diálogo constante, em busca de soluções para o país".

Mas pontuou que o "STF não vê razão para mudanças constitucionais que visem alterar as regras de seu funcionamento".

"Não se sacrificam instituições no altar das conveniências políticas", completou.

Barroso lembrou decisões do STF em crises recentes pelas quais o país passou e defendeu as condições de os ministros continuarem com sua atuação.

"O STF, nos últimos anos, enfrentou negacionismo, funcionou como dique de resistência. Por esse papel, recebeu ataques verbais. Após esses ataques, o STF vê com preocupação avanços legislativos sobre sua atuação", declarou o ministro.

Barroso disse ainda que "todos os países que viveram retrocesso democrático a mudança começou pelas supremas cortes".

Para virar lei, a PEC ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados.

'Esta Casa não é feita de medrosos'

Quem também criticou a aprovação da PEC foi o decano (ministro há mais tempo no tribunal), Gilmar Mendes.

Ele afirmou que é preciso "altivez" para enfrentar tentativas de interferências no Judiciário.

"É preciso altivez para rechaçar esse tipo de ameaça de maneira muito clara. Esta Casa não é composta por covardes. Esta Casa não é composta por medrosos", afirmou Gilmar.

O ministro argumentou que ameaças contra a democracia não recebem a devida atenção do Legislativo, que preferiu limitar o STF. Ele chamou isso de "estranha prioridade".

"Nenhuma resposta para temas que são urgentes para a democracia! O problema são o STF e suas liminares. Estranha prioridade!", completou.

Mendes disse ainda que "não se pode brincar de fazer PEC".
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