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Futura chanceler argentina diz que parceria com Brasil vai continuar

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Por G1 em 26/11/2023 às 16:54:31
Diana Mondino entregou convite para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe da posse de Javier Milei, presidente eleito da Argentina. Futura chanceler argentina diz que parceria com o Brasil vai continuar

A futura chanceler da argentina, Diana Mondino, se reuniu com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em Brasília, neste domingo (26). Após a reunião, ela concedeu entrevista a jornalistas e disse que a parceria com o Brasil vai continuar.

"Repito o que na Argentina já repeti muitas vezes: uma coisa é a crítica da ideologia, outra é a da pessoa. Isso é totalmente diferente. Temos que separar Estado de governo e de pessoas. Nossa parceria continuará melhor e o mais rápido que pudermos", ponderou a chanceler.

Diana Mondino frisou, ainda, que Argentina e Brasil são "países-irmãos".

Segundo o Palácio Itamaraty, a futura chanceler entregou convite para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participe da posse de Milei, marcada para 10 de dezembro.

"Convidamos todos os presidentes da região e convidamos também muita gente que manifestou interesse e apoio na Argentina. A relação vai ser excelente com todos", disse Mondino.

Mondino confirmou que conversou com Mauro Vieira sobre a importância do acordo entre Mercosul e União Europeia, como adiantou o Itamaraty mais cedo.

A futura chanceler disse que, até o momento, o novo governo não identificou qual seria a "vantagem" de ingressar no Brics, bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a futura chanceler argentina, Diana Mondino

Palácio Itamaraty/Divulgação

Já o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, classificou a reunião como excelente e sinalizou que vai verificar a possibilidade do presidente Lula ir à posse de Javier Milei.

"A conversa foi excelente. Creio que a principal mensagem é que somos 'países-irmãos' e que vamos seguir sendo. Temos que trabalhar muito juntos para podermos fazer crescer os dois países", argumentou Vieira.

Mauro Vieira afirmou que apresentará a Lula no final desta tarde o convite trazido pela futura chanceler de Milei.

"Depois veremos quais são as possibilidades", disse Vieira.

Viera afirmou confiar na manutenção da relação entre os dois países.

De acordo com o Itamaraty, a reunião foi acompanhada pelos embaixadores do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, e da Argentina em Brasília, Daniel Scioli.

Embaixador da Argentina em Brasília, Daniel Scioli, chanceler brasileiro, Mauro Vieira, futura chanceler argentina, Dina Mondino, e embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli.

X/Reprodução

"Não tenho dúvidas de que a nossa relação, que é tão importante, continuará a ser importante. A ministra Mondino deu aqui testemunhos, demonstrações que a Argentina quer continuar a manter um diálogo de alto nível com o Brasil", declarou Vieira.

A escolha de Mondino para as relações exteriores foi anunciada por Milei na última segunda-feira (20). O nome dela está entre as primeiras indicações feitas pelo presidente eleito da Argentina.

Posse de Milei

O governo brasileiro ainda não informou oficialmente se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará em Buenos Aires para a posse de Milei. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que foi convidado e que irá a posse de Milei.

Durante a campanha eleitoral, Lula apoiou o candidato governista Sergio Massa, derrotado por Milei. O petista é amigo e aliado político de Alberto Fernández, presidente da Argentina que está no final do mandato.

Auxiliares de Lula defendem que ele não vá a posse de Milei. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou na última semana que o argentino deveria se desculpar por ter ofendido Lula

Logo após a vitória de Milei, Lula felicitou as instituições argentinas e desejou sucesso ao novo governo, porém não citou o nome do futuro presidente.

Na última terça-feira, o presidente brasileiro afirmou, durante uma formatura de diplomatas, que não tem de gostar do "presidente da China, da Argentina, da Venezuela" porque os países precisam ter políticas de Estado. Sem citar Milei, Lula afirmou que haverá "problemas políticos".

"Nós vamos ter problemas políticos. E, ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los, tentar conversar. Tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade", declarou na ocasião.

Entre as incógnitas na relação com a Argentina está o futuro do Mercosul, bloco criticado por Milei, e do acordo comercial em negociação com a União Europeia. Lula defende fortalecer o bloco, que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
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